O responsável por planear os ataques em Paris, que fizeram 130 mortos a 13 de Novembro, planeava levar a cabo mais atentados quando foi morto num tiroteio com a polícia, dias depois.
Abdelhamid Abaaoud, de 27 anos, terá dito que tencionava atacar zonas próximas de bairros judeus, em Paris, e ainda o La Defense, coração financeiro da capital francesa. Para esse efeito chegou a dar cinco mil euros a uma prima para comprar dois fatos e dois pares de sapatos, para se poder misturar bem com os homens de negócios daquela zona.
A prima em questão é Hasna Ait Boulahcen, em casa de quem foi encontrado pela polícia. A informação do seu processo. que chegou à imprensa, diz que procurou esta familiar dois dias depois dos atentados, pedindo-lhe guarida enquanto preparava mais ataques. Na sequência de um tiroteio, Abaaoud morreu e Boulahcen fez-se explodir quando a polícia tomava o apartamento de assalto.
Segundo a documentação, reproduzida pela imprensa francesa, Abaaoud gabava-se abertamente de como tinha conseguido regressar à Europa da Síria, aproveitando a confusão da entrada de refugiados pelo Mediterrâneo e dizia que estava a viver em Paris há dois meses sem que as forças de segurança tivessem detectado a sua presença.
Uma testemunha, citada no processo que a agência Reuters teve acesso, refere ainda que outros dos planos passavam por condicionar e perturbar o sistema de tráfego e algumas escolas.
As autoridades francesas abriram uma investigação para averiguar como é que a informação chegou à imprensa.
Abaaoud era de Molenbeek, nos subúrbios de Bruxelas, donde também saíram alguns membros da célula do Estado que levou a cabo os atentados.
Os atentados de Paris, reivindicados pelo autodenominado Estado Islâmico (EI), provocaram 130 mortos e cerca de 350 feridos. Os ataques, perpetrados por pelo menos sete terroristas, ocorreram em vários locais da cidade, entre eles uma sala de espectáculos e o Stade de France, onde decorria um jogo de futebol entre as selecções de França e da Alemanha.