O primeiro-ministro afirmou hoje que a atual conjuntura se caracteriza por uma "brutal" perda de poder de compra em resultado de uma inflação importada e que a gestão orçamental do Governo permite o combate a este fenómeno.
António Costa assumiu esta posição no final da segunda ronda de perguntas no debate na generalidade da proposta de Orçamento para 2023, em que respondeu apenas a parte das 17 intervenções antes proferidas: sete do PS, seis do PSD, duas do Chega, uma do Bloco de Esquerda e uma do PCP.
Perante os deputados, o líder do executivo começou por defender que na proposta de Orçamento deste ano "não há qualquer aumento de impostos ou corte de rendimentos" e que, "ao contrário do que a direita dizia, os aumentos dos rendimentos não tem trazido o diabo, mas sim prosperidade, convergência com a União Europeia e contas certas".
"Se há uma perda de poder de compra, há. Claro que há uma brutal perda de poder de compra fruto de uma enorme inflação que resulta, por um lado, ainda, das cicatrizes da pandemia da covid-19 e, por outro lado, da guerra desencadeada pela Rússia contra a Ucrânia. A inflação que vivemos não é uma ilha de Portugal, ou fruto das políticas internas", salientou.
A inflação, de acordo com o primeiro-ministro, é um fenómeno importado.
"A perda de poder de compra não resulta de qualquer aumento de impostos ou de corte de rendimentos. Tudo o que temos feito ao longo deste ano é, com um esforço enorme dos contribuintes portugueses, com a capacidade da boa gestão orçamental realizada, poder conseguir controlar os aumentos dos preços o mais possível, em particular, e compensar as famílias, sobretudo as de menores rendimentos daquilo que seria a perda de poder de compra", advogou.
Na perspetiva de António Costa, "se não fosse a boa gestão orçamental, não seria agora possível apoiar os contribuintes com rendimentos brutos até 2.700 euros, nem teria sido feito o pagamento antecipado em outubro do aumento das pensões de 2023".