Se pretende iniciar uma poupança ou melhorar a que já tem, tome nota destas dicas:
- Faça um orçamento familiar: aponte as despesas fixas, as variáveis e as receitas. Assim, consegue identificar o que poderá estar a mais;
- Faça uma revisão destas contas de vez em quando, para um novo olhar clínico;
- Seja com muito ou com pouco, inicie uma poupança. Pode começar com um mealheiro ou até uma garrafa de água – assim consegue ver o resultado do seu esforço. Pode lá colocar as moedas de um ou dois euros ou mesmo os cêntimos que tiver na carteira. Aos poucos, e quase sem dar conta, verá que consegue um montante interessante;
- Faça as compras com dinheiro. O uso do multibanco retira-nos a noção de quanto efetivamente gastámos;
- Antes de comprar, pense bem: será que precisa mesmo desse artigo? E se precisa, será que o pode substituir por um mais barato?
- Tome o pequeno almoço em casa e leve o almoço ou o lanche para o trabalho. Este foi um gesto que se começou a ver muito na altura da crise e que muitos portugueses mantêm;
- Evite pedir dinheiro emprestado;
- Ainda no setor bancário, veja se não está a pagar comissões a mais. No portal do cliente bancário do Banco de Portugal, pode comparar os serviços dos vários bancos. Já agora, recordo que há uma conta chamada de serviços mínimos e onde paga menos. Mas compare tudo!
- Se tem e usa cartão de crédito, veja se tem algum programa de arredondamento. É uma espécie de poupança automática: faz uma compra ou paga um serviço e arredonda o valor para cima. O diferencial é canalizado automaticamente para uma conta poupança. Mais uma vez, cada banco funciona de maneira diferente. Informe-se.
Em 1995, a taxa de poupança das famílias era, em média, 14,8% do rendimento. Daí em diante, começou a decrescer com alguns altos e baixos. Em 2012, por exemplo, ano de crise, os portugueses aumentaram o nível de poupança para 10,2% do rendimento. Mas, em 2018, a taxa já era de 6,9%.
No dia 31 de outubro, assinala-se o Dia Mundial da Poupança. Foi criado para alertar os consumidores para a necessidade de gerir o dinheiro, de modo a amealhar e evitar situações de sobreendividamento.
Este ano, 17 mil famílias já contactaram o departamento de apoio ao sobreendividado da Deco.
O Papa Francisco tem alertado para a “cultura do efémero, do usa e deita fora”. Quanto pensamos em poupança, devemos também refletir sobre o estilo de vida que levamos, que gostaríamos de levar e até que ponto estaremos a ser influenciados por modelos de vida – alegadamente perfeita – que a publicidade tantas vezes nos traz a casa.