O primeiro-ministro disse esta quinta-feira que, em 2023, o país vai ter um “seguro de vida” para enfrentar as incertezas que o mercado energético enfrenta e que vai garantir uma “rede de segurança” às empresas e às famílias.
“Vamos ter, em 2023, um seguro de vida relativamente ao aumento do preço extraordinário das energias com as incertezas que existem (…) Aquilo que quero dizer com seguro é que mesmo que o preço do gás duplique durante o próximo ano, o aumento do preço não será superior a 13%. Isto é o seguro que nós temos. Se não duplicar pode mesmo diminuir. Se duplicar, será 13%”, afirmou António Costa.
O primeiro-ministro, que falava em Viana do Castelo, durante um jantar promovido pela SEDES - Associação para o Desenvolvimento Económico e Social do Alto Minho, adiantou que a “rede de segurança” criada pelo “chamado mecanismo ibérico que permitiu que os preços os preços da eletricidade produzida, a partir do gás, em Portugal e em Espanha, tenham estado em média 17 a 18% abaixo do preço” a que estariam sem aquela medida “é absolutamente fundamental para que as empresas possam continuar a laborar com confiança e ter planos de atividade e de negócios que sejam compatíveis com o grau de incerteza” que mercado energético atravessa.
“Infelizmente, não podemos decretar o fim da guerra, não podermos decretar a paz na Ucrânia, mas o que podemos e devemos fazer é criar melhores condições para que as coisas possam continuar a funcionar, a manter o nível de atividade, o nível de emprego e o nível do rendimento das famílias”, referiu.
Para António Costa, o mecanismo ibérico tem permitido “mitigar o impacto dos custos com energia”, e apontou os exemplos de Itália de França “para perceber bem a vantagem que as empresas portuguesas têm tido, neste momento”.
O primeiro-ministro disse manifestou-se ainda “otimista” quanto ao crescimento do Produto Interno Bruto(PIB), afirmando que o objetivo de “atingir a meta da média de crescimento da União Europeia (UE) e, a partir daí, ambicionar estar acima da média UE é uma belíssima ideia pela qual vale a pena” o país “bater-se”.
“Temos todas as condições para dar continuidade ao que acontece desde 2016. Primeiro crescermos sempre acima da média europeia. A meta da SEDES é a de que atinjamos a média europeia em 2036. Para atingir a média europeia, seja em que ano for, só há uma forma. É, todos os anos, crescemos acima dessa média. Só assim é que a alcançamos", afirmou perante dezenas de convidados, entre empresários, autarcas e representantes de instituições académicas e da sociedade civil.
Exortou, o país com "todos juntos e unidos", como durante a pandemia de Covid-19, mas sem confinamentos ou máscaras, a "procurar dessa meta, porque essa meta é alcançável".
"Não é impossível essa quadratura do círculo. É só mantê-la e termos a disciplina de, quando as políticas funcionam, melhorá-las, mas não desistir delas. Perceber que num país, como num município, ou numa empresa entre o momento em que se tem a ideia e o momento em que a ideia se concretiza, é preciso persistir até ela estar concretizada. Umas concretizam-se em seis meses, outras num ano, outras levam dez anos. O que não podemos é desistir. Se a ideia é boa vale a pena batermo-nos por ela", exortou.