Um juíz nova-iorquino decidiu esta segunda-feira que Donald Trump vai começar a ser julgado a partir de 15 de abril, acusado de envolvimento no suborno à atriz pornográfica Stormy Daniels.
O ex-Presidente falou no final da audiência aos jornalistas e considerou a decisão uma “clara interferência eleitoral” e uma forma de “intimidar os votantes”.
O caso remonta a 2016, quando um colaborador de Trump fez um pagamento a Stormy Daniels para que esta se mantivesse em silêncio sobre a sua relação com o magnata, numa altura em que Trump estava na corrida à Casa Branca. Segundo a acusação, Trump falsificou registos empresariais para encobrir o pagamento.
O julgamento deveria ter começado esta segunda-feira, mas o tribunal decidiu ouvir o pedido da defesa para um adiamento, com o argumento de que a acusação tinha trazido para o processo novos documentos que era necessário analisar.
No entanto, contra as expectativas do ex-Presidente, o juiz determinou que “o promotor distrital do condado de Nova Iorque não é culpado pela produção tardia de documentos”, pelo que o julgamento foi agendado sem mais demoras.
O dia acaba assim por ter um sabor agridoce para Trump, que esta segunda-feira obteve uma vitória judicial relevante: um juiz do Supremo Tribunal de Nova Iorque alargou em 10 dias o prazo que terminava esta segunda-feira para o ex-Presidente depositar uma caução de 160 milhões de euros.
Um espaço de tempo relativamente curto, mas que impede, pelo menos para já, o Estado de Nova Iorque de começar a apreender a propriedade Trump até um valor equivalente a 420 milhões de euros, soma que o ex-Presidente foi condenado a pagar a 16 de fevereiro no âmbito de um processo de fraude.
A condenação surgiu devido à sobrevalorização patrimonial de propriedades como Mar-a-Lago, na Flórida, o seu apartamento no topo da Trump Tower, e vários edifícios de escritórios e campos de golfe.
Nos últimos meses, a acumulação de despesas legais com os diversos casos em que está envolvido ameaça provocar uma grave crise na tesouraria do ex-Presidente.
Trump disse nas redes sociais que poderia ser obrigado a vender alguns bens, potencialmente a “preços de venda urgente”, de forma a conseguir fazer face às despesas com fianças.
O magnata é o candidato republicano que desafia o presidente democrata Joe Biden nas eleições que se realizam a 5 de novembro nos EUA.