No dia em que andou por terras de voto tradicional no PS, em Setúbal e Castelo Branco, Rui Rio teve arruadas muito menos numerosas - mas não menos efusivas - do que em Lisboa e em Barcelos.
O tema do distanciamento social entrou na campanha laranja, esta terça-feira, com Rui Rio a ser questionado sobre o elevado número de pessoas que acompanham as ações de rua do PSD, precisamente no dia em que João Ferreira foi obrigado a abandonar a campanha da CDU por ter testado positivo à Covid-19.
De manhã, em Setúbal, o candidato social-democrata desejou as melhoras a João Ferreira.
À tarde, confrontado com os eventuais riscos associados aos ajuntamentos na caravana laranja, o líder do PSD neutralizou essa observação.
"Dizem que é preso por ter cão e preso por não ter. Tanto faz dar na cabeça como na cabeça dar. Há várias expressões populares para isso. Se nós não tivéssemos ninguém, era a campanha que era fraca, que era murcha, que era isto, que era aquilo. Se tem muita gente, é perigoso por causa da Covid", referiu, para, logo a seguir, sublinhar que preferiria "saber se destes casos mais graves, de pessoas internadas ou que vieram a falecer qual é a taxa de vacinação dessas pessoas e se essas pessoas faleceram por causa da Covid ou se já tinham outras doenças associadas, em função da idade. Para Portugal é vital saber-se isso".
Mas, e se ficar infetado? "Naturalmente, irei para casa e vou cumprir a lei".
E, se assim for, quem substitui o líder? “Depois vejo quem vem para o terreno, mas vêm muitos, temos João como eles têm, temos sem ser João”, rematou sorridente.
Contactos com a população, arruadas e a "comunicação social, que não sai da frente"
O diretor de campanha do PSD pretende manter todas as ações de rua previstas, apesar dos grandes aglomerados que se têm juntado, atribuindo as concentrações à "mobilização" que não esperava e admitindo tentar controlar o fluxo.
José Silvano entende que o partido não tem "culpa que algumas vezes as pessoas venham em demasiado", frisando que o partido não tem organizado arruadas, apelidando-as antes de "visitas a comércios" que se tornam "arruadas porque se junta demasiada gente".
O secretário-geral do PSD comprometeu-se a tentar controlar "o fluxo" da mobilização, designadamente ao "não divulgar tanto" as ações de campanha.
No entanto, atribuindo o aglomerado de pessoas que o PSD tem juntado a uma "mobilização" que o partido não esperava e à "comunicação social, que não sai da frente", José Silvano reiterou que o partido não vai abdicar das ações junto da população: "Nós não vamos deixar a campanha de rua por causa das pessoas, nalguns casos, se concentrarem mais. Asseguraremos as condições, mas não vamos cortar a campanha de rua", afirmou.