A PSP registou no ano passado quase 400 queixas por devassa informática e alerta para importância de denunciar este tipo de crime. “Bloquear e denunciar” são as medidas defensivas promovidas este ano, no âmbito do Dia da Internet Mais Segura, que se assinala esta terça-feira.
Em declarações à Renascença, o intendente Hugo Guinote dá conta de “um aumento das denúncias desde o ano de 2016 até ao ano 2021, pelos crimes de devassa por meio informático, que de alguma forma englobam quer a devassa da vida privada quer outras formas que depois levam também às burlas”.
“Em 2016 tínhamos 265 participações, em 2021 registamos 368 denúncias”, detalha.
As denúncias, na sua maioria foram feitas por adultos e o sucesso da investigação policial vai sempre depender da vítima, daí a importância de se adotarem determinados procedimentos.
“Façam a abertura das mensagens, SMS, Watshap, Instagram, seja qual for a rede e, depois de abrir a mensagem, façam um ‘screenshot’ [captura de tela] das mensagens que pretendem denunciar, porque esse ‘scren’ vai, depois, servir para se juntar ao processo e servir como prova. A seguir, na parte superior das opções da mensagem clicam em bloquear contacto e depois dirigem-se a uma esquadra da PSP, participam o crime e podem enviar por email as próprias mensagens com os ‘scren’ já efetuado e nós juntamos ao processo”, aconselha.
“Bloquear e denunciar” são as medidas defensivas promovidas este ano, no âmbito do Dia da Internet Mais Segura que, até quarta-feira, empenha 350 polícias afetos ao programa Escola Segura, nos mais de 3.000 estabelecimentos de ensino e abrange cerca de mais de um milhão de alunos.
De entre os potenciais riscos a que, natural e inevitavelmente, os utilizadores se expõem na atividade online, "a PSP destaca, este ano, a invasão da privacidade (física e ou virtual) que podem assumir, entre outros, a forma de "cyberbullying" (intimidação por via informática), "cyberstalking" (perseguição por via informática), "revenge porn" (partilha de conteúdos íntimos por vingança) ou "sexting" (mensagens de cariz sexual)".
A polícia pede, por isso, aos jovens para que preservem a sua privacidade e aconselha a não identificarem “os locais nem as pessoas com as fotografias, taparem as camaras dos pc’s ou dos tablets e, sobretudo, muita cautela com a partilha de imagens, nomeadamente as imagens de maior intimidade”.
“Fazemos sempre este apelo para que os jovens não caiam no erro de partilhar imagens que podem comprometer, depois, o seu futuro e, sobretudo, a sua privacidade, enquanto adultos”, acrescenta o intendente Hugo Guinote.
A PSP relembra que está sempre disponível para apoiar a comunidade escolar e os pais na sensibilização, nomeadamente através do contacto direto com as equipas da Escola Segura ou através do e-mail: escolasegura@psp.pt.
"Relembramos ainda que a denúncia de todos e quaisquer crimes praticados através da internet (ou qualquer outro método) é essencial para que se possa atuar de forma proativa e dar início ao processo de investigação, chegando assim mais rapidamente à identificação dos seus autores", destaca ainda.