O ministro português da Cultura lamenta a perda irreparável do Museu Nacional do Rio de Janeiro, que foi destruído pelo fogo na última noite. Luís Castro Mendes está no Brasil.
À Renascença, Castro Mendes revela que já mandou uma mensagem ao homólogo brasileiro manifestando "grande pesar, consternação e solidariedade com o povo e as instituições culturais brasileiras".
Castro Mendes reconhece que o edifício necessitava de obras de reestruturação e lembra ser público a existência de projetos do governo brasileiro para "criar melhores condições para o museu".
Das várias visitas que realizou ao museu, Castro Mendes recorda as "coleções riquíssimas na parte botânica". "Tinha um arquivo e uma biblioteca de estudos científicos de grande importância nessas áreas das ciências naturais e um acervo histórico com importantes coleções de arte egípcia", destaca.
As causas do incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro ainda estão por apurar. A falta de água nas bocas de incêndio atrasou o combate às chamas. Os bombeiros lançaram, entretanto, um alerta para o risco de colapso do edifício
Para o ministro brasileiro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, a tragédia resulta de anos de negligência. Também o Presidente do Brasil, fala em dia trágico para a museologia do país. Em comunicado, Michel Temer, diz que foram perdidos duzentos anos de trabalho, pesquisa e conhecimento.
As perdas são ainda incalculáveis. O museu tinha um acervo composto por mais de 20 milhões de peças, distribuídas por coleções que servem de base para a pesquisa desenvolvida pelos Departamentos de Antropologia, Botânica, Geologia e Paleontologia. Grande parte desse acervo ficou reduzido a cinzas.
O museu, fundado pelo rei português D. João VI e que serviu de residência para a família real durante o Império, era o mais antigo do Brasil.