Ministro português está no Brasil e lamenta a perda irreparável
03-09-2018 - 11:10
 • Fátima Casanova com Renascença

O fogo no Museu Nacional no Rio de Janeiro destruiu 200 anos da história do Brasil. O ministro português da Cultura, Castro Mendes, manifesta-se "consternado".

O ministro português da Cultura lamenta a perda irreparável do Museu Nacional do Rio de Janeiro, que foi destruído pelo fogo na última noite. Luís Castro Mendes está no Brasil.

À Renascença, Castro Mendes revela que já mandou uma mensagem ao homólogo brasileiro manifestando "grande pesar, consternação e solidariedade com o povo e as instituições culturais brasileiras".

Castro Mendes reconhece que o edifício necessitava de obras de reestruturação e lembra ser público a existência de projetos do governo brasileiro para "criar melhores condições para o museu".

Das várias visitas que realizou ao museu, Castro Mendes recorda as "coleções riquíssimas na parte botânica". "Tinha um arquivo e uma biblioteca de estudos científicos de grande importância nessas áreas das ciências naturais e um acervo histórico com importantes coleções de arte egípcia", destaca.

As causas do incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro ainda estão por apurar. A falta de água nas bocas de incêndio atrasou o combate às chamas. Os bombeiros lançaram, entretanto, um alerta para o risco de colapso do edifício

Para o ministro brasileiro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, a tragédia resulta de anos de negligência. Também o Presidente do Brasil, fala em dia trágico para a museologia do país. Em comunicado, Michel Temer, diz que foram perdidos duzentos anos de trabalho, pesquisa e conhecimento.

As perdas são ainda incalculáveis. O museu tinha um acervo composto por mais de 20 milhões de peças, distribuídas por coleções que servem de base para a pesquisa desenvolvida pelos Departamentos de Antropologia, Botânica, Geologia e Paleontologia. Grande parte desse acervo ficou reduzido a cinzas.

O museu, fundado pelo rei português D. João VI e que serviu de residência para a família real durante o Império, era o mais antigo do Brasil.