O vice-presidente da Frente Cívica, João Paulo Batalha, diz que o facto de o Governo e a TAP terem autorizado Christine Ourmières-Widener a acumular cargos em empresas é mais episódio “numa sucessão de absurdos” a envolver a transportadora.
"Quer a empresa quer a tutela constroem a realidade mais conveniente de acordo com o momento”, acusa João Paulo Batalha.
“Mesmo do ponto de vista jurídico, é difícil ir para o tribunal dizer que uma CEO estrangeira não cumpriu o estatuto do gestor público português, quando nem a empresa, nem a tutela governamental o cumpriram”, sublinha.
O responsável da Frente Cívica diz haver um “desespero da parte da TAP e dos seus advogados ao criarem uma realidade que eles próprios não aplicaram durante muito tempo e que agora querem usar como justificação para terem demitido Christine Ourmières-Widener”.
“Isto é completamente absurdo do ponto de vista jurídico. Mas traduz bem o completo desnorte que foi todo o processo de gestão da TAP”, destaca.
João Paulo Batalha considera que “Pedro Nuno Santos tem”, neste caso, “um grande azar”.
“Suponho que não seja ele que esteja a dar instruções, nem poderia, aos advogados da TAP, mas, claramente, este novo episódio embaraça Pedro Nuno Santos, porque mostra, mais uma vez, a forma como a empresa tem sido gerida”, assinala.
A notícia surge em simultâneo com uma outra, da CNN Portugal, que dá conta de que Luís Montenegro terá assinado uma declaração falsa sobre a reabilitação da sua casa.
“No caso da casa do Luís Montenegro, houve sempre coisas que ficaram por explicar e agora temos mais uma. Isso é negativo. Era útil que estes processos estivessem acima de qualquer suspeita e não estão”, defende o dirigente da Frente Cívica, que acrescenta que, em pré-campanha eleitoral, "não é de estranhar que partidos que, no geral, não se diferenciam muito, aproveitem estes casos para se tentarem embaraçar uns aos outros.”