Os jovens de 16 anos, em Portugal, bebem menos álcool do que a média europeia, mas quando bebem fazem-no de forma excessiva e preferem bebidas destiladas (com maior teor alcoólico) por oposição a cerveja, vinho ou cidra. São também dos que começam a consumir álcool mais cedo: aos 13 anos ou menos.
As conclusões constam do relatório ESPAD (European School Survey Project on Alcohol and Other Drugs), um projeto europeu apoiado pelo Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência que permite acompanhar as tendências no que diz respeito à evolução dos comportamentos dependentes entre jovens de 16 anos.
Portugal é, a seguir a Espanha, o país com a maior percentagem (60%) de consumidores que, na última ocasião de consumo, preferiram bebidas destiladas, sendo que a quantidade de álcool ingerido é a 10.ª mais elevada entre os 35 países analisados.
Em 2019, para este estudo, foram inquiridos 99.647 alunos de 16 anos, de 35 países diferentes e, pela primeira vez, foram incluídos jovens dos Açores e da Madeira.
Com exceção do álcool, Portugal destaca-se pela positiva na maior parte dos indicadores considerados.
Os jovens portugueses consomem menos drogas ilícitas do que a média europeia, mesmo quando se fala de cannabis, a principal substância ilícita consumida em todos os países participantes.
Apesar disso, aqueles que a consomem, tendem a fazê-lo de forma mais problemática do que se verifica na maior parte dos outros países.
Quanto às outras drogas, a situação nacional está em linha com a média europeia, ainda que Portugal registe a 7.ª prevalência de consumo de ecstasy mais elevada.
Em relação à Internet, Portugal é também dos países onde mais jovens de 16 anos passam mais tempo diário em redes sociais ao fim de semana. 52% dizem que já tiveram problemas decorrentes da utilização de redes sociais, uma percentagem ligeiramente superior à média europeia (46%).
Quase um quarto (22%) dos jovens jogam a dinheiro, na linha do que acontece na Europa, mas os portugueses preferem as lotarias e as apostas desportivas, numa proporção superior à média europeia.
No caso do tabaco, as conclusões são bastante positivas: Portugal é o 7.º país com menor uso diário de tabaco em geral e o segundo país com menos consumidores atuais de cigarros eletrónicos, revelando que os jovens portugueses são dos que menos aderem a este tipo de produtos.
“Em relação ao consumo de tabaco tradicional, entre 2015 e 2019, verificou-se em Portugal um decréscimo (-3 pontos percentuais) menos acentuado do que na média dos países participantes (-5 pontos percentuais)”, lê-se no relatório.