Lisboa travada no desconfinamento. Que outros concelhos ficam para trás?
09-06-2021 - 08:35
 • Anabela Góis

Grande parte do país avança já na segunda-feira, mas as regiões onde a incidência de Covid-19 aumentou ficam suspensas nesse processo. Saiba o que isso significa na prática.

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Lisboa não conseguiu travar a incidência de Covid-19 e, por isso, não avança para a próxima fase do desconfinamento. A decisão oficial ainda vai ser tomada na reunião do Conselho de Ministros desta quarta-feira, mas já foi antecipada pelo presidente da Câmara da capital.

O que é que já se sabe?

O que se sabe, e já era de prever, é que Lisboa vai ficar para trás no desconfinamento. Apesar da aposta no reforço da testagem e da vacinação, a região não tem conseguido travar as novas infeções por Covid-19.

Pelo contrário, na última semana, o número de casos por 100 mil habitantes continuou a aumentar e o resultado é que Lisboa vai manter-se na fase em que está e não avança para a próxima etapa – que começa próxima na segunda-feira, dia 14, para a generalidade do país.

A notícia foi antecipada na última noite pelo autarca Fernando Medina: “Lisboa está numa situação que não é fácil”, afirmou. Nesse sentido, pediu “bom senso” durante os Santos Populares que se comemoram neste mês (e sobretudo nesta semana) em Lisboa, e deixou ainda um aviso: não se sabe se vai ser possível controlar a situação nas próximas semanas.

Há o risco de um agravamento e, nesse caso, o concelho pode ser mesmo obrigado a recuar no desconfinamento e ser sujeito a uma série de novas restrições.

Há outros concelhos em risco de não avançar?

Há. Além de Lisboa, estão em risco de não avançar Vale de Cambra, Salvaterra de Magos, Braga, Cantanhede e Castelo de Paiva, que estavam com mais de 120 mil casos por 100 mil habitantes e, como são concelhos de alta densidade, estão na lista amarela.

Odemira e Golegã, que continuam com as regras de 19 de abril, também correm o risco de não avançar.

Há restrições para os concelhos com mais casos?

Sim, a lógica mudou: até agora, os concelhos que ultrapassavam os limites eram obrigados a travar ou até recuavam para as fases anteriores do desconfinamento. A partir de segunda-feira, sempre que um concelho ultrapasse os limites de incidência por duas semanas consecutivas fica sujeito a um conjunto específico de restrições.

Há dois grupos de restrições: mais apertadas, se tiverem mais de 240 mil casos por 100 mil habitantes, no caso dos concelhos de alta densidade, ou 480 por 100 mil para os de baixa densidade populacional.

As restrições mais moderadas aplicam-se nos casos em que há mais de 120 mil casos por 100 mil habitantes para os mais povoados ou 240 por 100 mil nos de baixa densidade populacional.

Maioria do país avança no dia 14

Sim, para uma nova fase de desconfinamento. A partir de dia 14, segunda-feira, o comércio deixa de ter restrições e passa a funcionar com os horários que tinha antes da pandemia.

Os restaurantes vão poder fechar à 1h00 da manhã, com um limite de seis pessoas por mesa no interior e 10 na esplanada.

O teletrabalho deixa de ser obrigatório e os espetáculos culturais podem realizar-se até à meia-noite, com metade da sala ocupada.

Os transportes públicos podem andar com 2/3 da lotação ou até com lotação total quando só há lugares sentados.

No desporto, as modalidades amadoras podem ter público com lugares marcados e os recintos desportivos podem funcionar com um terço da lotação.

Os casamentos, batizados e outros eventos de natureza familiar continuam com a lotação de 50%.

Os bares e discotecas continuam fechados e as festas e romarias também ainda não são permitidas.

Teletrabalho. Como é para quem vive e trabalha em concelhos diferentes?

Se um trabalhador residir num concelho diferente daquele em que trabalha e o segundo recuar no processo de desconfinamento, o trabalhador deve ficar em teletrabalho.

Da mesma forma, se o concelho onde o trabalhador mora recuar, este deve também continuar a trabalhar a partir de casa, esclareceu fonte do Governo à Renascença.