Biden assegura aos aliados que "a Ucrânia pode e irá deter Putin"
09-07-2024 - 23:36
 • João Pedro Quesado com Reuters

O Presidente dos EUA anunciou ainda o envio de cinco sistemas de defesa aérea para a Ucrânia pelos aliados, com "dezenas" de sistemas táticos a serem fornecidos "nos próximos meses".

Joe Biden fez esta terça-feira uma defesa vigorosa das conquistas da atual administração da Casa Branca em política externa, no primeiro dia da cimeira da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em Washington D.C., onde a aliança celebra 75 anos da formação.

Biden, de 81 anos, enfrenta há 12 dias perguntas contundentes sobre sua aptidão para o cargo, enquanto alguns democratas no Capitólio e doadores de campanha temem que perca a eleição de 5 de novembro, após um desempenho hesitante no debate em 27 de junho.

"(Vladimir) Putin não quer nada menos, nada menos, do que a subjugação total da Ucrânia... E varrer a Ucrânia do mapa", afirmou Biden, referindo-se ao Presidente russo, e assegurando que "a Ucrânia pode e irá deter Putin".

O Presidente dos Estados Unidos da América anunciou ainda o envio de cinco sistemas de defesa aérea para a Ucrânia pelos aliados - incluindo componentes do sistema de mísseis Patriot - com outras "dezenas" de sistemas táticos a serem fornecidos "nos próximos meses".

Depois do discurso, um comunicado da NATO sublinhou o anúncio, esclarecendo que estão incluídos "baterias de mísseis Patriot doados pelos Estados Unidos, Alemanha e Roménia", assim como outros componentes do mesmo sistema "doados pelos Países Baixos e outros parceiros para permitir a operação de uma bateria Patriot adicional". Incluído está também um sistema SAMP-T, de defesa aérea de médio alcance, doado pela Itália.

"A Rússia está a falhar nesta guerra", declarou Biden, apontando que 350 mil soldados russos morreram ou ficaram feridos enquanto 1 milhão de pessoas fugiu do país. "Quando esta guerra sem sentido começou, a Ucrânia era um país livre. Hoje, ainda é um país livre, e a guerra vai terminar com a Ucrânia a continuar um país livre e independente", assegurou.

A Casa Branca espera que Biden consiga virar a página da especulação com o discurso, no qual falou com uma voz forte e confiante e evitou quaisquer erros verbais ou sinais de confusão que marcaram o desempenho no debate.

Biden rejeitou apelos para se afastar na corrida contra o republicano Donald Trump, de 78 anos, prometendo vencê-lo em novembro. Até agora, ele ainda conta com o apoio da maior parte da elite do seu partido.

O Presidente dos EUA fez da restauração das alianças tradicionais dos EUA no estrangeiro a peça central da sua política externa, depois de Trump ter desafiado os aliados como parte de uma abordagem "América em primeiro lugar". O vencedor das eleições de novembro poderá ter um impacto substancial no futuro da NATO, da Europa e do resto do mundo.

Trump sugeriu que, dado um segundo mandato, não defenderia os membros da NATO se estes fossem alvo de ataque militar e não cumprissem a meta de gastos com defesa da aliança de 2% do respetivo PIB. Ele também questionou a quantidade de ajuda dada à Ucrânia na sua batalha contra a invasão da Rússia.

A peça central da cimeira da NATO deveria ser novos compromissos de ajuda militar e humanitária à Ucrânia, bem como uma ponte para aquele país devastado pela guerra se juntar à aliança de 32 membros.