Oito organizações sindicais de professores entregaram nesta sexta-feira 18 pré-avisos de greve para um protesto que arranca a 16 de janeiro.
Serão 18 dias de greve de professores, um por cada distrito.
Em declarações à RTP, Mário Nogueira, da Federação Nacional de Professores (FENPROF), disse que se trata de “uma greve que vai de 16 de janeiro a 8 de fevereiro”.
O protesto vai culminar numa “grande manifestação de professores no dia 11 de fevereiro”, acrescentou o dirigente sindical.
Esta greve de professores resulta da concertação entre os oito sindicatos de professores.
Recorde-se que, no arranque do 2º período letivo, já esta semana, os professores iniciaram uma série de protestos e deram continuidade a uma greve ao sobretrabalho e horas extraordinárias iniciada a 24 de outubro e que se prolonga até ao final do ano.
Já o Sindicato de Tod@s @s Profissionais da Educação (STOP) iniciou a 9 de dezembro uma greve por tempo indeterminado e está a organizar uma marcha pela escola pública para o dia 14 de janeiro.
O STOP entregou também pré-avisos de greve até ao final do mês de janeiro, que alargou igualmente aos trabalhadores não docentes, contestando o regime de recrutamento de professores e exigindo respostas da tutela a um conjunto de outros problemas relacionados com a carreira docente e condições de trabalho.
Entretanto, a Fenprof e o STOP lamentaram nesta sexta-feira que o ministro da Educação não antecipe a reunião negocial agendada para o final do mês.
Uma delegação dos dois sindicatos foi hoje recebida por João Costa, em Coimbra, antes de uma reunião do governante com os diretores dos agrupamentos de escolas da região Centro, que decorre esta manhã na Escola Secundária Quinta das Flores.
As duas estruturas sindicais entregaram um documento com as reivindicações dos docentes.
"Perante este despertar da classe, esperávamos do ministro uma atitude construtiva para antecipar a reunião, o que não vai acontecer, pelo que a luta tem de continuar a crescer", disse o presidente do STOP aos jornalistas.
O dirigente anunciou que a luta continua já no sábado, com concentrações em frente às câmaras municipais das sedes de distrito, culminando no dia 14 com uma grande marcha em Lisboa, entre o Marquês de Pombal e o Terreiro do Paço.
"A escola pública tem de ser um desígnio nacional para uma sociedade mais justa e igualitária", defendeu André Pestana.
O dirigente da Fenprof Vítor Godinho alertou para o estado emocional dos professores, "que exige respostas rápidas", considerando que não "é possível continuar a adiar" as soluções que se exigem.
"O senhor ministro ainda não percebeu o que se está a passar. Esperemos que tenha flexibilidade de pensar que estamos num momento crítico, numa profissão que está em declínio", salientou.
Vítor Godinho considerou que "não basta disponibilidade (do ministro), é preciso ouvir e encontrar soluções".