É já na próxima semana que arranca a edição deste ano da ARCO Lisboa. A Feira de Arte Contemporânea volta a abrir portas na Cordoaria Nacional de 16 a 19 de maio.
Tal como no ano passado, conta com 71 galerias de 17 países – 24 delas portuguesas. Mas este ano há uma novidade: pela primeira vez, a feira vai integrar galerias de arte africana.
Em entrevista ao programa Ensaio Geral da Renascença, a diretora da ARCO, Maribel López, explica a atenção que a arte africana tem despertado.
"África é um continente com múltiplas perspetivas que, nos últimos anos, têm despertado muito interesse no mundo da arte contemporânea. Os comissários e curadores estão a investigar o que se passa realmente na arte contemporânea africana e naqueles países que se vão destacando. Há artistas e organizações independentes e tudo isto está a ganhar visibilidade. Como feira, a ARCO quer acompanhar essas investigações e ajudar as galerias que trabalham nesses lugares, para que possam aceder ao e ter presença no mercado internacional."
Na ARCO Lisboa deste ano vão estar seis galerias de Angola, Uganda, Moçambique e África do Sul, integrando o programa geral da feira. As presenças foram escolhidas com a ajuda da comissária Paula Nascimento, que irá também dinamizar um conjunto de conferências subordinadas à temática.
"A dimensão lusófona da língua era importante, a posição estratégica e obviamente as relações históricas [com África] também", explica Maribel López. "Pensamos que era muito importante também fazer isto com alguém que conhecesse realmente esse contexto, que o trabalhasse e o investigasse. Foi por isso que decidimos trabalhar com a Paula Nascimento. Foi ela que nos propôs todos os conteúdos. Ficamos nas mãos de quem sabe e entende as necessidades de uma feira onde é importante que as galerias tenham um stand, tenham obras disponíveis e possam vender. Por isso é feita essa investigação, tendo isso em conta."
Só uma das galerias africanas, vinda de Luanda, é que vai integrar a secção Opening para jovens galerias.
Entusiasmada, a diretora da ARCO desafia quem a ouve a visitar a edição deste ano, até porque, diz, há mais novidades para explorar, nomeadamente nas galerias internacionais, sendo que algumas delas são das de maior destaque no mundo da arte contemporânea.
"A feira vai ser genial este ano", garante. "A verdade é que estamos muito contentes. A cada ano notamos maior interesse das galerias internacionais importantes. Este ano há duas novas galerias muito, muito importantes -- a Vera Munro, de Hamburgo, e a Georg Kargi, de Viena. São duas galerias de nível máximo internacional, [que] entram porque gostam da natureza deste projeto. E depois há as galerias que participaram nos últimos anos, algumas delas muito importantes como a Krinzinger e a Greengrassi, de Londres, ou a Vermelho, do Brasil. Acho que é uma mistura interessante de nacionalidades."
Sublinhando "que o que é novidade numa feira, a cada ano, são as obras novas e diferentes", Maribel López recorda que "uma edição não tem nada a ver com a do ano anterior, mesmo que sejam as mesmas galerias".
Nesse sentido, os organizadores da ARCO Lisboa querem "manter a estrutura sem alterar o espaço, porque é lindo e nos favorece", refere a diretora. "Gostava que o público viesse ver o que há na galeria que no ano passado tanto lhe interessou."
A ARCO Lisboa conta com diversos apoios financeiros, incluindo 15 mil euros do Ministério da Cultura e, este ano, 165 mil atribuídos pela Câmara de Lisboa.
A feira decorre de 16 a 19 de maio na Cordoaria Nacional. Além de ver as galerias, poderá também assistir a vários debates. Este ano, quase duas centenas de colecionadores e críticos de arte vêm conhecer a feira e a cidade.