"Este conflito internacional gerou maior desenvolvimento local de uma discriminação de origem nacional", escrevem numa carta aberta, subscrita por pais e pelas associações Sempre, Espaço Vivo e MIR.
De acordo com a carta, os casos discriminação intensificaram-se também nas escolas na sequência da invasão das forças russas à Ucrânia.
"Um número de crianças que falam russo agora são recebidos com vergonha e ameaças de agressão de alguns de seus colegas de escola ou da turma. Obviamente, esse "bullying" foi desencadeado pelas ações que estão a desenvolver-se na Ucrânia", referem.
Dirigindo-se aos diretores escolas e aos profissionais das escolas, os pais e as associações apelam a uma maior atenção para estes casos.
Na segunda-feira, a embaixada da Rússia já tinha também instado os seus cidadãos em Portugal a contactarem as autoridades portuguesas e o serviço consular em caso de ameaças à sua segurança.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
Em Portugal, têm-se multiplicado as manifestações contra a invasão da Rússia à Ucrânia, com eventos em várias localidades do país, incluindo em frente à embaixada da Rússia, em Lisboa, ou junto ao consulado russo no Porto.