O município vai distribuir subsídios a 900 mil pessoas para ajudá-las a sobreviver durante os 10 dias em que a cidade ficará praticamente paralisada, a partir de sexta-feira, devido às medidas de confinamento impostas para reduzir as infeções pelo novo coronavírus, explicou Paes.
A decisão de destinar 100 milhões de reais (15,12 milhões de euros) em subsídios foi adotada pelo executivo municipal para ajudar famílias pobres e vendedores ambulantes que não poderão trabalhar durante o confinamento.
Com a medida, a prefeitura procura reduzir a mobilidade e travar a disseminação do vírus, num momento em que mais de 500 pessoas infetadas aguardam uma vaga em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
Os auxílios começarão a ser entregues gradativamente de 26 de março a 04 de abril, período em que as medidas vigorarão na "cidade maravilhosa".
"São medidas de resposta à fome do povo, quando se impõem restrições", disse o prefeito.
Durante esses 10 dias, apenas os serviços essenciais poderão funcionar, enquanto o comércio terá horário restrito e bares e restaurantes só poderão atender através de entregas ao domicílio.
Durante o período, as praias, escolas, pontos turísticos e parques, entre outros, permanecerão fechados.
De acordo com o autarca, 50 mil famílias receberão auxílio de 240 reais (cerca de 36,30 euros), cada uma, e 643 mil alunos de escolas públicas serão beneficiados com um vale-alimentação de 108,50 reais (16,41 euros) por criança.
Os 13 mil vendedores ambulantes registados na cidade receberão a maior quantia de todo o grupo de beneficiados, 500 reais (75,62 euros) cada, "devido ao lucro cessante", explicou Paes.
Dos 100 milhões de reais que serão destinados à ajuda, 70 milhões (10,6 milhões de euros) sairão dos cofres da Prefeitura e o restante será doado pela Câmara dos vereadores.
De acordo com o prefeito, também está a ser estudada a possibilidade de concessão de auxílios a pequenas empresas, decisão que deve ser confirmada esta semana.
A ajuda do município será a primeira que os mais pobres receberão após o Governo Federal, presidido por Jair Bolsonaro, suspender os subsídios que concedeu no ano passado aos mais afetados pela pandemia.
O Rio de Janeiro, a segunda cidade mais populosa do Brasil, com sete milhões de habitantes, tem cerca de 20.000 mortes e 220.000 infeções.
O Brasil, que tem alcançado sucessivos recordes de óbitos e novos casos de covid-19, totaliza 298.676 vítimas mortais e 12.130.019 diagnósticos de infeção, sendo o segundo país do mundo mais afetado pela pandemia, atrás dos Estados Unidos.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.735.411 mortos no mundo, resultantes de mais de 124,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.