Durante o programa d’As Três da Manhã admite que os deputados aprovem, esta quarta-feira, no Parlamento, a lei da chamada morte medicamente assistida, mas adverte que “é impossível fazer da morte um direito”.
“O suicídio não pode ser um direito”, defende Henrique Raposo que não percebe “como é que se faz uma lei, como é que se transforma a morte e o suicídio numa linguagem jurídica”.
“Isto é um tema trágico para a literatura, para o cinema, para a música. E é uma tragédia. É impossível transformar a tragédia num direito e, mais, num dever dos médicos”, argumenta.
O comentador lembra que “vivemos num tempo em que as pessoas acham que há um império do ‘eu’, ‘eu quero isto e tem que acontecer’ e muitas vezes as pessoas dizem ‘a vida é minha, o corpo é meu e eu faço que quiser’”.
Refere, no entanto, que ninguém tem o direito de pedir a outra pessoa para a matar e que “essa transferência do suicídio, é uma tragédia pessoal para um direito social, é uma tragédia coletiva”.
Mostrando-se também contra a distanásia, adverte que desligar a máquina e deixar a pessoa morrer, é diferente de injetar uma substância letal que mata a pessoa.
“O ato moralmente é completamente diferente. E repito, eu não sei como é que se coloca isto numa lei”, conclui.