A Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública concorda com a decisão da Organização Mundial de Saúde (OMS), que mantém o nível máximo de alerta para a pandemia de Covid-19.
Em declarações à Renascença, Gustavo Tato Borges disse que “enquanto não existir uma estabilidade do vírus, ou seja, uma estabilidade epidemiológica desta doença”, deve-se manter o nível máximo de alerta.
O médico considera importante sermos “capazes de prever novas ondas com antecedência e perceber se essas ondas serão de maior gravidade ou menor, um pouco como já vamos fazendo para a gripe e com as gripes sazonais”.
Recorde-se que a Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu, após a reunião do Comité de Emergência dos Regulamentos Internacionais de Saúde, manter o nível máximo de alerta para a pandemia de Covid-19, pois apesar de ter reconhecido que a pandemia pode estar a aproximar-se de um ponto de viragem, entende que “não há dúvida” de que o coronavírus SARS-CoV-2 continuará a ser um agente patogénico permanentemente estabelecido em seres humanos e animais para o futuro", sendo, por isso, "criticamente necessária uma ação de saúde pública a longo prazo."
O presidente da Associação Nacional dos Médicos acredita, contudo, que esta poderá ser a última vez que a Organização Mundial de Saúde decreta o nível máximo e alerta para a pandemia.
“Será uma das últimas vezes porque quando chegarmos ao verão, voltando a decrescer o número de casos que esperamos que venha a decrescer, é provável que a OMS deixe de ter argumentos técnicos para manter esta situação da forma como está”, disse o médico. Isto, “caso não haja nenhuma surpresa, daqui até ao verão”, concluiu.