A Direção Geral de Saúde (DGS) rejeita a ideia que os seus técnicos admitam chumbar as vacinas aprovadas no Parlamento. Em entrevista à Renascença, nesta segunda-feira de manhã, Graça Freitas fala numa decisão política que será respeitada.
“Nós equacionamos ganhos, benefícios de todas as vacinas em diferentes estratégias de vacinação. Por exemplo, da HPV, é preciso termos a noção de que há três vacinas diferentes para HPV com três indicações diferentes, três custos diferentes, tudo é diferente. Temos de ver todas estas opções”, afirma a diretora-geral da Saúde.
“Dito isto, não somos contra. Não chumbamos o Parlamento, ao contrário do que se disse. Antes pelo contrário, quero aqui deixar todo o respeito de a Direção Geral e a comissão técnica têm por órgãos eleitos”, acrescenta, desmentindo a manchete do jornal “Expresso”, no fim-de-semana.
O semanário dava conta que os peritos tinham dado parecer negativo ao plano aprovado pelo Parlamento, que inclui vacinas contra o Vírus do Papiloma Humano (HPV) nos rapazes, a meningite B e a gastroenterite (rotavírus).
A integração destas três novas vacinas no Plano Nacional de Vacinação foi aprovada em novembro pelo Parlamento, mas sem o aval da DGS e surpreendendo a própria ministra da Saúde, Marta Temido.
O bastonário da Ordem dos Médicos reagiu na altura, considerando um erro o Parlamento aprovar a integração de três novas vacinas sem ouvir a Direção-Geral da Saúde, que está ainda estudar o assunto, e afirmou ver "com muita preocupação" o facto de os deputados interferirem “nas boas praticas em saúde”.
A diretora-geral da Saúde esteve, nesta segunda-feira, no programa As Três da Manhã para falar da Semana Europeia da Vacinação, que começa na quarta-feira e é promovida pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo Graça Freitas, Portugal é dos países com maior adesão às vacinas.