Um porta-voz das igrejas cristãs na Terra Santa acusou Israel de discriminar turistas cristãos durante a época de férias de Natal, período em que habitualmente há uma presença elevada de pessoas.
Israel encerrou as suas fronteiras a estrangeiros em novembro, em resposta ao surgimento da nova variante da Covid-19 Ómicron.
Mas esta semana, as autoridades israelitas decidiram abrir uma exceção para o programa 'direito de nascença' [Birthright], que oferece viagens a Israel para jovens judeus de todo o mundo, sem custos.
São esperados, na próxima semana, grupos dos Estados Unidos, desde que os participantes tenham o esquema vacinal completo e permanecem em pequenas 'bolhas', noticia a agência AP.
As restrições permanecem em vigor para os restantes turistas estrangeiros, incluindo peregrinos cristãos que tradicionalmente se deslocam em grande número a locais como Jerusalém, Nazaré ou Belém, a cidade bíblica da Cisjordânia ocupada, reivindicada pelos cristãos como o local de nascimento de Jesus.
Para o porta-voz e conselheiro das igrejas cristãs na Terra Santa, Wadie Abunassar, várias responsáveis de diferentes ficaram indignados com o tratamento seletivo. "A discriminação racista nunca deve ser aceite de forma alguma. Exorto as autoridades israelitas a tratarem com igualdade todos aqueles que desejam visitar o país, sem qualquer discriminação religiosa", referiu numa nota divulgada na rede social Facebook.
A Igreja, juntamente com outras agregações, apelou ao Ministério do Turismo israelita para permitir que os peregrinos cristãos possam viajar durante a época festiva.
Israel admite exceções
O Ministério do Interior de Israel, que supervisiona as políticas de fronteira, esclareceu que as restrições mantêm-se e que não é permitida a entrada de estrangeiros naquele país.
Mas acrescentou que uma série de exceções foram permitidas, incluindo uma decisão "específica" para o programa Birthright.
Embora admita que as autoridades israelitas possam discutir a possibilidade de serem permitidas outras exceções no futuro, não forneceu mais detalhes sobre estas.
A proibição de estrangeiros entrarem em Israel afetou a indústria do turismo.
As autoridades de Belém, cuja economia depende fortemente dos visitantes na época do Natal, alertaram que estas restrições arruinaram a temporada de férias pelo segundo ano consecutivo.
A Cisjordânia não tem aeroporto próprio e a maioria dos visitantes estrangeiros chegam desde Israel.