“O Correio da Esperança” existe há cinco anos e, neste Natal, chega pela primeira vez aos estabelecimentos prisionais de Viana do Castelo e do Porto. O convite é feito pela Pastoral Penitenciária de Braga.
“Vamos distribuir os postais na noite de 24 de dezembro aos reclusos de Braga e de Guimarães, mas também já temos postais para distribuir aos detidos de Viana do Castelo, Paços de Ferreira e Custóias”, adianta à Renascença o padre João Torres, responsável pelo projeto que, em época natalícia, pretende aproximar os mais jovens das pessoas que se encontram privadas de liberdade.
O gesto “é simples”, diz, mas deve ser visto como uma oferta, porque no Natal “damos muitos presentes, mas não nos fazemos presentes. Aqui a ideia é fazermo-nos presentes”, remata.
A iniciativa já levou mais de mil cartas até às prisões de Braga e, apesar do anonimato de quem as escreve e de quem as lê, “conseguem tocar corações”, garante o sacerdote.
“Eles leem as cartas uns dos outros em silêncio e alguns dizem que as lágrimas correm, porque se lembram das suas famílias”. O gesto “também lhes toca o coração, porque alguém olhou para eles, não pelo crime que cometeram, mas como pessoas. E o Natal é isso: olhar para as pessoas muito além dos delitos que cometeram”, sublinha o responsável.
Este ano, os postais de Natal voltarão a ser lidos pelos reclusos na noite da consoada, a 24 de dezembro.
A Pastoral Penitenciária disponibiliza os postais e o respetivo envelope, doados pela Associação Portuguesa Amigos de Raoul Follereau (APARF). A correspondência deve ser enviada até ao dia 20 de dezembro.