O Presidente da República considera que o ministro da Saúde "esteve muito bem" ao pedir desculpas pela legionella no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, e afirmou esperar que se "apurem as responsabilidades", neste caso, como no de Tancos.
Em declarações aos jornalistas, no final de uma visita à Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP), em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que "é fundamental para tudo, quando há da parte de entidades públicas alguma coisa que falha, depois haver relatórios que apurem as responsabilidades".
Sobre o surto de legionella, o chefe de Estado referiu que o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse que iriam ser apuradas "essas responsabilidades, porque há vários inquéritos e relatórios a correr que irão dizer aos portugueses o que é que correu mal", e observou: "Eu já tinha tido a mesma posição no caso de Tancos".
Relativamente ao caso das armas desaparecidas dos Paióis Nacionais de Tancos, no distrito de Santarém, o Presidente da República manifestou-se convicto de que " há de aparecer no final, também, no caso de Tancos, quer a nível interno, quer a nível da investigação do Ministério Público, o apuramento daquilo que se passou".
"Portanto, nos domínios mais variados, é evidente que faz sentido que a Administração Pública esteja sujeita ao escrutínio democrático dos cidadãos e não tenha nada a esconder. Faz parte da transparência normal da vida política e administrativa do país", acrescentou.
Questionado sobre o pedido de desculpas que o ministro da Saúde dirigiu às vítimas da infecção por legionella, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que Adalberto Campos Fernandes "esteve muito bem" ao "reconhecer a sua quota parte de intervenção numa realidade que não funcionou".
No seu entender, hoje, "com alguma distância", existe a noção de que a situação no Hospital São Francisco Xavier "é muito maior do que se tinha pensado no início".
"E ele enumerou as várias entidades que deviam, de facto, a seu ver, pedir desculpa, e só lhe fica muito bem tê-lo feito", reforçou.
O surto de legionella, conhecido no início do mês, já provocou cinco mortos e há meia centena de pessoas infectadas com a bactéria.