Está a ser criada uma associação nacional de clientes prejudicados pelo escândalo de emissões da Volkswagen. De acordo com um dos promotores da iniciativa, Hélder Gomes, a formalização deve ser concluída até ao final de Abril.
A ideia é dar força aos lesados particulares que adquiriram veículos afetados por esta polémica. Hélder Gomes calcula que se trata de cerca de 100 mil pessoas. "Existem cerca e 125 mil veículos com este motor. Existem clientes empresariais, veículos em leasing ou com sistemas de renting, que não entram para esta contabilidade. Se quiser retirar 25 mil, o que já é muito generoso, estamos a falar de cerca de 100 mil lesados que podem fazer parte desta associação", explica, em declarações à Renascença.
A ideia da formação de uma organização surgiu inspirada nos lesados do BES e pretende também “alertar muitas pessoas que ainda não estão a par” dos problemas gerados pelas reparações.
De acordo com um estudo da Deco, divulgado em janeiro, os portugueses com carros afetados pelo escândalo acabaram por pagar, em média, 957 euros em arranjos. A associação de consumidores, com as congéneres europeias, fez um inquérito a milhares de proprietários e ficou demonstrado que, após a correção do software, registou-se um aumento do consumo (55%), perda de potência (52%) e um motor mais ruidoso (37%).
Uma das coisas que a organização vai defender é a não obrigatoriedade de reparar os automóveis que emitem mais do que a empresa alegava quando os vendeu. Questionado sobre se isso não irá permitir a circulação de carros mais poluentes, o promotor da organização aponta para a marca. "Isso é um problema da Volkswagon, não do consumidor, porque o consumidor quando comprou o carro não sabia que o carro tinha esse problema", diz.
[Notícia atualizada às 16h54]