Veja também:
- Os últimos números da pandemia em Portugal e no mundo
- Todas as notícias sobre a pandemia de Covid-19
- Guias e explicadores: as suas dúvidas esclarecidas
- Boletins Covid-19: gráficos, balanços e outros números
O presidente do CDS não vai estar na sessão solene no Parlamento para a comemoração do 25 de Abril, por discordar do modelo de comemoração, considerando que "dá um péssimo exemplo aos portugueses e não respeita os sacrifícios que estão a fazer". Francisco Rodrigues dos Santos revela que só vai estar presente um deputado do partido.
Num comunicado e vídeo enviado às redações, Francisco Rodrigues dos Santos recorda que o CDS-PP apelou a que se alterasse o modelo de comemorações, tendo defendido em alternativa uma mensagem do Presidente da República ao país, devido às restrições impostas pela pandemia de Covid-19.
Leia aqui a nota enviada à redação:
"1. O CDS, enquanto partido fundador da nossa democracia, apelou a que se alterasse o modelo de comemoração do 25 de Abril, mas infelizmente não foi ouvido;
2. A conferência de líderes insistiu em manter a cerimónia, apesar da discordância do CDS, concentrando centenas de pessoas num espaço fechado, algumas delas pertencentes a grupos de risco.
3. Esta decisão, na opinião do CDS, dá um péssimo exemplo aos portugueses e não respeita os sacrifícios que estão a fazer – aos quais é pedido que não participem em celebrações religiosas como a Páscoa, que não abracem os seus filhos, pais e avós, que não se despeçam dos seus entes queridos que morreram, que fiquem fechados em casa mesmo que isso tenha levado milhares ao desemprego, que fechem as empresas, e que não vão trabalhar ainda que não tenham como pagar as suas contas.
A democracia fora do parlamento, não pode valer menos do que a democracia dentro do parlamento. O 25 de abril não se fez para separar ainda mais as elites do Povo, nem para que uns fossem mais livres do que os outros.
4. Por essa razão, enquanto líder do CDS, usarei a liberdade que se assinala naquele dia para agir com responsabilidade e honrar os sacrifícios dos portugueses. Não sendo Deputado, irei comemorar a data como todos os portugueses que estarão confinados e prescindirei do lugar que o Protocolo do Estado me reservaria.
5. Após conversar com o líder parlamentar do CDS, decidimos que o GP cumprirá com a sua obrigação de estar presente, apesar de discordarmos deste modelo de comemoração, fazendo-se representar por um único Deputado.
Portugal pede-nos que estejamos à altura do nosso povo, mas não que estejamos acima dele".
A Assembleia da República decidiu na quarta-feira realizar a sessão solene do 25 de Abril no parlamento, embora com um terço dos deputados (77 dos 230 parlamentares) e menos convidados, com o gabinete do presidente do parlamento, Ferro Rodrigues, a estimar que estejam presentes cerca de 130 pessoas, contra as 700 do ano passado.
A decisão da conferência de líderes teve o apoio da maioria dos partidos: PS, PSD, BE, PCP e Verdes. O PAN defendeu o recurso à videoconferência, a Iniciativa Liberal apenas um deputado por partido, enquanto o CDS-PP - que propôs uma mensagem do Presidente da República ao país - e o Chega foram contra.