Mário Centeno garante não ter arrependimentos sobre a solução para o Novo Banco. Numa altura em que está de regresso a polémia, com a eventual necessidade de mais dinheiro para a instituição que sucedeu ao BES, o ex-ministro das Finanças assegura que com a informação e restrições que existiam na altura da venda, não havia grandes alternativas.
No entanto, acaba por admitir que se soubesse o que sabe hoje, poderia ter feito alguma coisa diferente.
“Poderíamos fazer sempre qualquer coisa diferente. Se eu me arrependi de alguma coisa que tenha feito? A resposta é mais fácil e é não. Se com o que eu sei hoje podia ter feito alguma coisa diferente? Hoje tenho muito mais informação e se calhar sim. Mas, honestamente, com a informação que existia e as restrições que existiam naquela altura não poderíamos ter feito muito diferente daquilo que fizemos”, afirmou Centeno a um podcast do PS, três dias depois de ter deixado a pasta das Finanças, acrescentando que foram estudadas “todas as alternativas”.
O ex-ministro reconhece ter sido preciso fasear ao longo dos anos o impacto nas contas públicas. Foi esse faseamento que permitiu que, apesar dos impactos negativos em cada ano, o Estado tenha conseguido “sempre resultados da execução orçamental em linha com o previsto” e atingido o excedente orçamental em 2019.
Centeno lembrou várias vezes dos legados herdados do anterior Governo (PSD/CDS-PP, liderado por Passos Coelho), considerando que no caso Novo Banco a venda então feita foi a “forma mais eficaz que existia para vender um ativo que não era bom”.
Para aprovar a venda do Novo Banco ao fundo de investimento norte-americano Lone Star, em 2017, a Comissão Europeia exigiu um plano de reestruturação do banco e que o Estado português garantisse a sua viabilidade, abrindo a porta a uma intervenção pública direta.