Christine Ourmières-Widener, diretora executiva da TAP que foi exonerada pelo Governo, rejeita responsabilidades e mostra perplexidade com o seu envolvimento no caso da indemnização à ex-gestora Alexandra Reis.
A posição da até esta segunda-feira CEO da TAP está no relatório da Inspeção-Geral de Finanças (IGF), que considerou ilegal a indemnização paga pela TAP a Alexandra Reis.
Christine Ourmières-Widener rejeita qualquer responsabilidade por infrações financeiras no caso. Argumenta que "não é jurista nem tem conhecimentos jurídicos ou experiência de gestão de empresas do setor público em Portugal".
Alega que o caso foi confiado a um escritório de advogados e que esses consultores jurídicos externos da TAP disseram que o pagamento de uma indemnização de 500 mil euros “seria uma boa solução”.
Christine Ourmières-Widener acusa a IGF de “comportamento discriminatório” e pondera avançar para os tribunais.
"Manifestar perplexidade ao constatar que, lamentavelmente, foi a única pessoa envolvida na auditoria que não foi ouvida pessoalmente perante a IGF. Fica devidamente registado este comportamento discriminatório por parte da IGF, relativamente ao qual deixará de se retirar, em devido tempo, todas as consequências legais", referiu a CEO exonerada da TAP.
Na resposta ao inquérito da IGF, Christine Ourmières-Widener reafirma que foi sempre informando o secretário de Estado das Infraestruturas, com conhecimento do ministro das Infraestruturas da altura, Pedro Nuno Santos. "Destes membros do Governo a Respondente obteve as instruções e as aprovações necessárias, às quais deu integral cumprimento. Nada mais", refere o contraditório da presidente executiva da TAP, que foi agora exonerada pelo Governo.
O ministro das Finanças, Fernando Medina, anunciou esta segunda-feira o afastamento de Christine Ourmières-Widener de diretora executiva da TAP, bem como de Manuel Beja, presidente do conselho de administração da companhia aérea.
De acordo com Fernando Medina, o Estado invoca justa causa e não vai indemnizar Christine Ourmières-Widener e Manuel Beja, que foram agora exonerados da companhia aérea.