Rúben Amorim considera muito importante o Sporting vencer o jogo em atraso com o Famalicão, esta terça-feira, para "matar a esperança dos rivais".
Os leões vão finalmente repor o jogo que foi adiado em Famalicão devido ao protesto dos polícias no dia 3 de fevereiro. Amorim acha que "o jogo agora é mais decisivo do que na altura" e será frente a um Famalicão em melhor forma do que na altura, agora treinador por Armando Evangelista.
Viktor Gyökeres não marca há quatro jogos consecutivos - o período mais longo desde que chegou a Alvalade -, e Amorim aconselha-o a estar "menos stressado e desfrutar dos jogos".
Numa conferência de imprensa em que o seu futuro voltou a ser tema, Rúben Amorim revelou que sentiu necessidade de dizer algo aos jogadores após a notícia do rumor de um acordo com o Liverpool, mas acabou por não o fazer, respondendo apenas aos jornalistas.
Interesse em Debast: "Teremos tempo para falar do mercado seguinte".
Antevisão ao jogo com o Famalicão? "O Famalicão é um viveiro de bons jogadores e isso também dificulta os treinadores que por lá passam, porque saem muitos jogadores, há uma rotação grande. O projeto passa muito por isso e é difícil para os treinadores trabalharem. Há muito talento, mas há muitos jogadores novos. Não sinto a equipa ansiosa. A facilidade que provocámos no Gil... será diferente aqui. O Famalicão é muito mais agressivo. Eles são muito mais perigosos no último terço, com outra capacidade física. Conhecemos bem, mas olhamos para os nossos jogos com o Arouca, porque a ideia segue. Podem ter um linha de 5, 6 e até 7 na área. Será um jogo difícil, queremos vencer. A semana foi tranquila e estamos preparados".
Diferenças do Famalicão de João Pedro Sousa e de Armando Evangelista? "Este jogo é mais decisivo do que na altura. Quando saiu a lista de jogo, não estavamos à espera de alguns jogadores do Famalicão naquele onze. A diferença é que, apesar da linha de cinco, neste jogo podem fazer linha de cinco com o médio a entrar, ou com um dos alas a fazer até linha de seis. É muito difícil criar perigo às equipas do mister Evangelista. Sporting terá mais bola, mas eles com jogadores muito fortes na transição".
Como gerir o fim de temporada? "A gestão do treinador tem a ver com o contexto e o que sente do grupo. Às vezes é preciso puxar para cima, às vezes é preciso dar tranquilidade. Estamos no meio disso, o nervosinho antes dos jogos está a aumentar, eles querem muito ganhar, mas também estão preparados para receber as informações. O jogo de Barcelos foi prova disso, sabiam todos os pormenores do jogo e isso ajudou. E a ganhar, tudo é mais fácil. Estão prontos para tudo, querem ganhar".
É o jogo mais crucial para o título? "É muito importante, não há como esconder. Acreditamos e sabemos que é possível vencer o título. A esperança que tiramos aos adversários tem muito impacto. Queremos muito ganhar, já estivemos do outro lado, sempre à espera que o Porto perdesse. Não podemos dar espaço. Todos são importantes, mas quanto menos jogos houver, temos de matar as esperanças dos outros".
Futuro de Rúben Amorim? "Só comentar que não falei nada com os jogadores, quando se falou do acordo, senti essa necessidade, mas como sabia que vinha para a conferência, escusava de perder tempo e foquei no jogo. Chega tudo aos jogadores, não sinto nada dos jogadores, não perguntaram nada. Eles só perguntam quando há folgas, fazem a vida deles. Estamos tão perto de algo tão importante que não temos tempo para pensar nisso".
Momento de Gyökeres, com quatro jogos seguidos sem marcar: "Faço o mesmo com o Viktor o que faço com todos. Percebo o momento de todos, e vou dando, não de forma muito formal, algumas dicas. Algumas conversas informais. O Viktor tem de aproveitar mais o momento. Já fez uma época fantástica, não precisa de estar tão stressado com os golos, mas vem a da exigência que ele tem dele e as pessoas à volta estão sempre à espera que marque três golos. Sente um pouco, mas acho que é bom. Revela muita fome, se ele esquecer o resto e focar-se no jogo, a bola vai entrar. Acho que é palpável que ele quer muito marcar golos".
Quatro jogos sem golos prova a sua ideia que a equipa não depende dele para vencer? "Quando ele marcava muitos golos, eu dizia que a equipa não dependia só dele. Mantenho a ideia, fazemos golos mesmo assim. Ele prende dois jogadores e estica a equipa e tudo isso ajuda. Tem uma grande influência na mesma, mesmo não marcando. Não estamos dependentes, mas precisamos muito dele".
É o melhor momento do Sporting este ano? "Não sei se é, estamos num bom momento, mas na viragem do ano tivemos um 'click' qualquer e tivemos uma boa sequência. Vencendo este jogo, fazemos uma volta inteira que não perdemos. A partir daí, foi uma sequência muito boa".
Nunca foi muito contestado. Porquê? "A expectativa no início era muito baixa e isso ajuda sempre o treinador. Quando a expectativa é baixa e somos campeões, dá uma margem muito grande. Não baixamos logo o nível, foi só na última época que tivemos uma quebra grande. Se a ordem fosse ao contrário, o quarto lugar fosse no primeiro ano, eu não estaria aqui. Tenho plena noção, não há nada de mágico. Eu tenho muita sorte. Tivemos esta margem toda e o quarto lugar, o facto da identidade estar bem vincada, também ajuda. Acho que sentiram que a equipa não estava perdida".
Como é que o Rúben Amorim cresceu neste tempo desde que chegou ao Sporting? "As críticas do início eram factos. Tinha pouca experiência e pouco tempo como treinador. Caí num cenário onde ter o Viana como diretor desportivo e o presidente que confiava em mim. Tudo o que vivo aqui não vou viver em mais clube nenhum. E isso ajuda um treinador. Óbvio que cresci em tudo, tudo foi aprimorado. Vejo o jogo de forma diferente do que via há quatro anos. Não foi só o treinador, todos melhoraram e isto foi perfeito para mim, pude falhar. Até aí tive sorte".