Papa aos jovens: “Não dêem ouvidos aos velhos de coração”
30-08-2017 - 12:00
 • Agência Ecclesia

Uma delegação da equipa de futebol brasileira Chapecoense esteve presente na audiência geral desta quarta-feira.

O Papa reflectiu no Vaticano, durante a audiência pública com os peregrinos na Praça de São Pedro, sobre a importância da vocação e deixou uma interpelação aos jovens.

“Os jovens que não buscam nada não são jovens, estão como que reformados, envelhecidos antes do tempo. E é triste ver jovens reformados”, frisou Francisco, que convidou os mais novos presentes na audiência a deixarem que Cristo, à semelhança do que fez com os discípulos, “incendeie” os seus corações.

“Jesus ao longo da estrada perguntava: O que buscais? Hoje também quero perguntar a cada jovem que está aqui na praça e àqueles que estão a escutar através dos media: O que procuram? O que busca o vosso coração?”, questionou.

Durante a sua intervenção, o Papa argentino sublinhou a necessidade de não seguir a onda de quem quer uma sociedade “desapontada e infeliz”, ou aqueles que “cinicamente dizem para abandonar toda a esperança”.

“Não escutem aqueles que matam à nascença qualquer entusiasmo, ao dizerem que nenhum objectivo vale o sacrifício de uma vida. Não dêem ouvidos aos velhos de coração, que sufocam toda e qualquer euforia juvenil”, alertou Francisco.

Sobre a descoberta de uma vocação, seja para “o casamento, a vida consagrada, o sacerdócio”, o Papa argentino salientou que ela pode acontecer “de muitas maneiras”.

É nessa descoberta de um sentido para a vida que está o mapa para a “verdadeira vocação”, porque sem um rumo definido, sem um objectivo, não há futuro, não há caminho.

Sonhar um mundo melhor

Na Praça de São Pedro, o Papa também deixou uma mensagem à Igreja Católica, salientando que a vocação de um verdadeiro cristão é visível “não através da arma da retórica, de palavras e mais palavras”, mas através “da alegria da fé que transborda dos seus olhos”.

E pediu a todas as comunidades cristãs, a todas as pessoas, novas e menos novas, que sejam capazes de “sonhar” com Deus “um mundo diferente”.

“E se esse sonho não vingar, tornem a sonhá-lo de novo”, sempre com a força da “esperança” que vem da memória daquele “primeiro encontro com Jesus”, concluiu.