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Portugal regista esta quarta-feira 26.867 novos casos de Covid-19 e atinge um novo máximo desde o início da pandemia, indica o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS). Nas últimas 24 horas morreram 12 pessoas com o novo coronavírus.
O maior aumento diário de casos acontece, novamente, entre os 20 e 29 anos de idade, com mais 5.383 infeções, o equivalente a 20% do total. Seguem as faixas etárias 40-49 (+ 5.065 casos) e 30-39 (+4.575).
No último dia a covid matou seis pessoas com mais de 80 anos, quatro entre os 70 e 79 e duas na faixa 60-69.
O anterior "recorde" diário de casos de Covid-19 era de ontem, com mais de 17 mil infeções. A ministra da Saúde admite que podem ser atingidos os 37 mil casos a 7 de janeiro.
Nos hospitais portugueses há agora 971 pessoas internadas com Covid-19, no conjunto das enfermarias e unidades de cuidados intensivos. São mais 35 doentes em comparação com o dia anterior.
Analisando apenas a situação nos cuidados intensivos, há menos uma pessoa internada, num total de 151 pacientes mais graves.
Incidência e Rt disparam
Portugal está cada vez mais no lado vermelho da matriz de risco, que combina os indicadores taxa de incidência e o índice de transmissibilidade (Rt).
A taxa de incidência nacional disparou de 804,3 para 923,4 casos por 100 mil habitantes e no continente de 807,4 para 927,6 casos.
O índice de transmissibilidade (Rt) também aumentou de 1,23 para 1,29 no total nacional e de 1,23 para 1,30 no continente.
O país tem agora 136 mil casos ativos de Covid-19, são mais 21.479 no espaço de um dia.
Em contactos de vigilância estão 143 mil pessoas, uma subida de oito mil em comparação com o boletim anterior da Direção-Geral da Saúde.
Nas últimas 24 horas, recuperam da doença 5.376 pessoas.
Desde a chegada da pandemia a Portugal, em março do ano passado, estão confirmadas 18.921 mortes, um milhão e 330 mil casos e um milhão e 175 mil recuperados.
Quase 12 mil novos casos em Lisboa
Lisboa e Vale do Tejo (LVT) volta a ser a região do país mais afetada, com quase 12 mil infeções no espaço de um dia e cinco mortes por Covid-19.
O Norte tem mais uma morte e 9.069 novas infeções, o Centro três óbitos e 3.384 casos, o Alentejo 700 infeções e o Algarve duas mortes e 709 casos.
Nas regiões autónomas, a Madeira soma uma morte e mais 771 casos e os Açores 276 infeções e nenhum óbito nas últimas 24 horas.
O Governo não vai anunciar novas medidas de contenção ou restrições por causa da pandemia antes da avaliação dos especialistas, que terá lugar no dia 5 de janeiro.
Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, esteve esta quarta-feira na conferência de imprensa do Conselho de Ministros e explicou que apesar dos números altos de novos casos, é preciso tempo para avaliar o que já foi aprovado no passado dia 23 de dezembro.
A ministra da Saúde admitiu que na primeira semana de janeiro o país possa atingir os 37 mil novos casos diários de infeção com o coronavírus SARS-CoV-2.
Os serviços de urgência dos hospitais têm registado “procuras recorde” nos últimos dias, em grande parte casos não urgentes, devido à “falência” das outras respostas do sistema de saúde, disse esta quarta-feira à agência Lusa um responsável da associação de administradores hospitalares.
Na terça-feira, o Hospital Amadora-Sintra acusava a pressão da pandemia, mas não por causa do número de internados: as urgências estão cheias com pessoas que querem apenas fazer teste Covid.
“Neste momento, temos, por exemplo, um elevado número de utentes que recorrem aos serviços de urgência apenas com o intuito de fazer testes Covid, o que, obviamente, é um contrassenso, porque um hospital não é um laboratório, não é um posto de colheitas”, diz à Renascença Cláudio Alves, da direção clínica do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca.
A ministra da Saúde, Marta Temido, confirmou que já foi necessário suspender “em alguns casos” a atividade assistencial não Covid-19, admitindo que tal possa voltar a ser necessário.
“Em alguns casos foi necessário suspender a atividade assistencial, não está fora de hipótese a necessidade de suspensão de outras linhas, mas neste momento estamos a tentar equilibrar o melhor possível todas as áreas”, disse Marta Temido, em declarações à agência Lusa no Ministério da Saúde, em Lisboa.
A procura das Áreas Dedicadas a Doentes Respiratórios (ADR) aumenta quase ao ritmo dos casos de Covid-19, uma situação que preocupa a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, que alerta para o "caos absoluto" nos centros de saúde.