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O cantautor brasileiro Chico Buarque não pode estar em Portugal para celebrar o 25 de Abril e receber o Prémio Camões, mas vai colocar cravos vermelhos na janela e "cantar “Grândola, Vila Morena”, de Zeca Afonso".
A entrega do Prémio Camões, que inicialmente estava agendada para este sábado, em Lisboa, foi adiada para data a definir devido à pandemia de Covid-19.
Chico Buarque não pode estar em Lisboa, mas fez questão de enviar uma mensagem aos portugueses através da rede social Facebook.
“Vai aqui a minha saudação aos amigos portugueses pelo 25 de Abril. Este ano, que pretendia estar na festa porque os organizadores da entrega do Prémio Camões me deram a honra de marcar a cerimónia para esta data”, começa por referir o cantor e escritor brasileiro.
“Infelizmente, não estou aí. Não haverá entrega de prémios nem descerei com vocês a Avenida [da Liberdade], mas esta tarde deixarei cravos vermelhos na janela e cantarei, alto e bom som, a Grândola, Vila Morena, de Zeca Afonso”, promete Chico Buarque.
O músico brasileiro também pede aos portugueses que “guardem um pensamento para os seus irmãos brasileiros, que estão mais do que nunca necessitados de um cheirinho a alecrim”.
No final do ano passado foi conhecida a data escolhida para a atribuição do prémio a Chico Buarque, 25 de Abril de 2020, o mesmo dia em que se assinala a Revolução dos Cravos.
Esta era já apontada anteriormente como uma data provável, por ser da preferência do músico.
A entrega deste Prémio Camões tem sido atribulada, pois já antes disto, em outubro do ano passado, cinco meses depois de ser conhecido o vencedor, o atual Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, deixou claro que poderia não assinar o diploma de atribuição do prémio.
Na altura, Bolsonaro avisou, citado pelo jornal Folha de São Paulo, que não tinha essa assinatura entre as suas prioridades, atirando-a para o termo de um eventual segundo mandato, em 31 de dezembro de 2026: "Até 31 de dezembro de 2026, eu assino".
Em resposta, Chico Buarque publicou na sua conta no Instagram: "A não assinatura do Bolsonaro no diploma é para mim um segundo Prémio Camões".