“Ministério Público é um aliado do Chega"
10-11-2023 - 10:50
 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos

Comentador da Renascença acusa o Ministério Público de se " comportar como um incendiário populista” e alerta: "Não estamos numa crise política, estamos numa crise de regime como nunca tivemos."

O comentador da Renascença Henrique Raposo considera que "o Ministério Público está-se a comportar como um incendiário populista”, sendo "objetivamente, neste momento, um aliado do Chega".

No habitual espaço de comentário d’As Três da Manhã Raposo argumenta que o MP é aliado do Chega "quer na substância da acusação, que tem pouca matéria com prova de corrupção, quer no aspeto prático”.

Em causa está o parágrafo no comunicado do Ministério Público que lança a suspeita sobre António Costa, sem, contudo, esclarecer os indícios, ou se há algum inquérito em curso, e que levou a demissão do primeiro-ministro

“Há uma escuta do António Costa. Não tem lá qualquer coisa como ‘põe lá 50 mil euros na minha conta’. Isto é algo absolutamente absurdo e a procuradoria tem de ser demitida e temos que refundar o Ministério Público”, defende.

Henrique Raposo sinaliza ainda que “o Ministério Público é a grande instituição do regime que não tem freios e contrapesos. Não é vigiada de fora, vive numa bolha”.

“Chega, chega desta guerra civil entre o Ministério Público e os partidos que estão no poder. Chega. É que os partidos são fiscalizados pelas eleições. Quem é que fiscaliza o Ministério Público?”, questiona.

O comentador lembra que em 2016 criticou violentamente António Costa por ter colocado Lacerda Machado no centro de negócios do poder, mas ressalva que “uma coisa imoral não quer dizer que seja ilegal e corrupta”.

“O que se vê agora, não há nada de corrupto, de maneira evidente. O Lacerda é um lobista. E foi chamado pelo próprio primeiro-ministro para o centro e o Ministério Público só descobriu isso agora”, diz.

Para Henrique Raposo, “nós não estamos numa crise política, estamos numa crise de regime como nunca tivemos”.

“Esta é a crise das nossas vidas e as próximas eleições, porque não vai ser só a próxima, vão ser as eleições das nossas vidas no sentido em que o regime vai ser refundado e tem que ser refundado nos termos certos: é a justiça, a justiça, a política e a sociedade civil”, alerta.

No espaço de comentário das sextas-feiras na Renascença, Henrique raposo defende que “a política tem que mudar, a justiça tem que mudar e nós temos que estar atentos àquilo que se passa”.

“As próximas eleições são as mais importantes das nossas vidas porque vão ser disputadas no terreno do adversário, no terreno do populismo. O Chega vai conseguir dizer, legitimado pelo Ministério Público, que são todos uns bandidos e nós temos de lutar contra isso”, adverte.