Os livros da escritora britânica Agatha Christie não vão sofrer alterações no nosso país.
Segundo o jornal Correio da Manhã desta terça-feira, a Leya – que representa a escritora, mas também Dahl e Blyton – “não prevê fazer qualquer revisão aos livros”, por considerar que “qualquer limitação da linguagem é, em si, uma limitação grave ao pensamento e à formação de uma visão crítica da sociedade”.
No entender grupo editorial este tipo de censura “é típico de quem quer impor uma certa realidade e uma certa forma de estar”, considerando “fundamental garantir a liberdade de quem escreve, de quem edita e de quem lê”.
Questionada sobre possíveis críticos que mostrem insensibilidade dos autores relativamente a minorias ou grupos discriminados, a editora diz que há sempre a possibilidade de não ler os livros.
Vários livros da escritora britânica Agatha Christie foram editados para remover linguagem potencialmente ofensiva, incluindo insultos e referências étnicas.
Segundo o jornal britânico “The Telegraph”, os mistérios de Poirot e Miss Marple escritos entre 1920 e 1976 foram reformulados e as novas edições publicadas pela HarperCollins já não contém linguagem e descrições que o público moderno considera ofensivas, especialmente aquelas que envolvem os personagens que os protagonistas encontram fora do Reino Unido.
As novas edições eliminam referências à etnia, como descrever uma personagem como negro, judeu ou cigano. Também o termo “oriental” foi removido e a palavra “nativos” foi substituída por “local”.
Os chamados “leitores sensíveis” são um fenómeno comparativamente recente que ganhou atenção generalizada nos últimos dois anos. Estes leitores examinam novas publicações e trabalhos mais antigos em busca de linguagem e descrições potencialmente ofensivas e visam melhorar a diversidade na indústria editorial.