O Presidente da República considerou hoje que o fim dos "vistos gold" é uma questão que foi sucessivamente adiada em vários Orçamentos do Estado e, por isso, apenas se irá pronunciar se o parlamento o aprovar desta vez.
Questionado pelos jornalistas sobre o anúncio feito há dois dias pelo primeiro-ministro de que o Governo está a equacionar o fim dos "vistos gold", Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que "já estava previsto há muito uma reformulação" desta medida.
"Foi aprovado [o fim deste regime] em sucessivos Orçamentos do Estado e depois adiado, não me vou pronunciar sobre a reformulação. É uma questão que o parlamento terá de votar e, depois, quando chegar às minhas mãos, verei se há condições para assinar ou não", afirmou, depois de uma visita ao expositor da Start-up Portugal na Web Summit, em Lisboa, no último dia do fórum tecnológico.
Na quarta-feira, António Costa disse que o executivo está a ponderar acabar com os "vistos gold" para obtenção de residência em Portugal.
"Há programas que nós estamos neste momento a reavaliar e um deles é o dos "vistos gold", que, provavelmente, já cumpriu a função que tinha a cumprir e que, neste momento, não se justifica manter", referiu o António Costa.
O Presidente da República também foi interpelado sobre se a criação de um visto para nómadas digitais é uma boa forma de captar investimento para o país.
"Portugal atrai aqueles que gostam do digital, somos muito bons no digital [...], não podemos impedir as pessoas de virem para cá e a partir daqui ligarem o mundo através do digital", respondeu.
E desvalorizou as consequências que podem advir por causa destes regimes: "Sei que tem algumas consequências. Aqui e ali aumenta naturalmente o valor das casas, encarece a habitação, aumenta o consumo e, portanto, o nível de preços num ponto ou noutro". Mas "a vantagem que tem para o país", continuou o chefe de Estado, "ser atrativo para os que são o futuro" parece "indiscutível".