Bruxelas pede mais 66 mil milhões de euros aos Estados-membros
20-06-2023 - 14:35
 • Carla Fino com Lusa

Presidente da Comissão Europeia definiu três prioridades: Ucrânia, migrações e desafios externos e a preservação da competitividade.

A Comissão Europeia pediu esta terça-feira aos Estados-Membros que contribuam com mais 66 mil milhões de euros para o orçamento europeu de longo prazo.

Em conferência de imprensa, para a apresentação da proposta de revisão do orçamento comunitário, a presidente da Comissão Ursula von der Leyen reconheceu que "os Estados-Membros também foram atingidos pela crise" e que, "depois de anos de grande apoio público às suas economias, é hora de consolidarem suas finanças públicas".

Por isso, acrescentou, apresenta uma proposta muito direcionada e limitada de necessidade absoluta" para três áreas: "a primeira é a Ucrânia, a segunda é a migração e os desafios externos e a terceira é a preservação da nossa competitividade".

Estas são as prioridades do executivo comunitário na proposta de orçamento da União Europeia (UE) a longo prazo, até 2027.

A Comissão Europeia propõe a constituição de uma reserva de 50 mil milhões de euros de apoio à recuperação da Ucrânia, 15 mil milhões de euros para gestão das migrações e ainda 10 mil milhões para investimentos 'verdes' e tecnológicos.

"A reserva proporcionará aos nossos parceiros na Ucrânia uma perspetiva flexível e previsibilidade e deverá também incentivar outros doadores a darem um passo em frente", acrescentou notando que o apoio financeiro será atribuído "de acordo com a evolução da situação no terreno".

Vincando ser também necessário "reforçar a gestão das fronteiras externas", Ursula von der Leyen divulgou um "orçamento adicional para os refugiados sírios na Síria, no Líbano, na Jordânia e na Turquia, para a rota de migração no sul dos Balcãs Ocidentais, para os parceiros em todo o mundo e também para manter a capacidade de [a UE] reagir a crises humanitárias e catástrofes naturais", numa verba total de 15 mil milhões de euros para um período de cinco anos.

Além disso, "estamos a criar a STEP", um fundo soberano para permitir investimentos em "setores prioritários", como a tecnologia limpa e a biotecnologia, dado que os programas existentes "são limitados", assinalou a líder do executivo comunitário.

A ideia é, através da plataforma STEP, "concentrar estes fundos nestas prioridades e fazê-los trabalhar melhor em conjunto, criando sinergias", adiantou Ursula von der Leyen, falando num montante de 10 mil milhões de euros.