O acionista maioritário do Portimonense pretende que as reuniões da Liga sejam mais proveitosas do que acontece atualmente. Sobretudo, agora, num período em que é ainda mais urgente encontrar soluções.
Theodoro Fonseca utiliza exemplos recentes de reuniões que, na sua opinião, contrariam o apelo para a realização de um encontro urgente, lançado pelo presidente do Paços de Ferreira. À Renascença, Rui Seabra manifestou reservas relativamente às condições em que se vai retomar a Primeira Liga, tendo como pano de fundo o número de casos positivos de Covid-19 diagnosticados, após a realização dos primeiros testes.
"Theo", como é conhecido Theodoro Fonseca no futebol, defende a realização de reuniões entre os clubes, mas com desfechos diferentes dos anteriores.
"Fizemos diversas videoconferências, diversas reuniões, e até hoje a única coisa que conseguimos foi a participação do seguro, pois temos 80% de desconto. Têm de existir reuniões, mas com soluções. Não adianta haver somente problemas. Vejo que falta - e muito - solidariedade, consciência e coerência", considera o proprietário do Portimonense, em entrevista a Bola Branca.
Sobre a retoma do futebol, o investidor brasileiro espera que haja condições para o regresso. Os algarvios estão em zona de descida e "Theo" pretende conquistar, em campo, o direito de continuar na Primeira Liga. Caso não haja retoma, entende que se deve proceder a um alargamento do campeonato, com a incorporação dos dois clubes promovidos administrativamente, Nacional e Farense.
Injustiça na Segunda Liga
Por falar em solidariedade, Theodoro Fonseca destaca uma decisão que, a seu ver, nada teve de solidária. A Liga determinou as descidas de Cova da Piedade e Casa Pia ao Campeonato de Portugal, depois de ter anulado a Segunda Liga.
"Não conheço ninguém do Cova da Piedade, nem do Casa Pia, mas cometeram uma grande injustiça, aumentando a 'tragédia'. A maior 'tragédia' da humanidade no século XXI com a Covid-19. E [com isso] penalizaram duas equipas - envolvendo 100, 200 pessoas, mais os adeptos - com mais uma 'tragédia' e mais uma tristeza. Não [tenho] nada contra as subidas e não entro em comentários sobre 'quem decretou o fim da Segunda Liga ou não', porque isso está muito obscuro - e até hoje também não entendi e não vi documento algum -, porém sou contra injustiças. E com isso estou solidário com o Casa Pia e com o Cova da Piedade", declara.
Regresso do futebol exige esforço de todos
As condições exigidas pela Direção-Geral da Saúde para o regresso do futebol não agradaram a alguns jogadores. Todos os intervenientes têm de assinar um Código de Conduta, mas os atletas que se manifestaram nas redes sociais - como Danilo, Soares, Zé Luís (FC Porto) ou Francisco Geraldes (Sporting) - sentem que não devem ser responsabilizados, em caso de contágio com a Covid-19.
"Theo" entende "todos têm de fazer a sua parte". "Cada jogador, ou cada grupo num treino, tem de cumprir a sua parte e a dos companheiros. Olhar para si e para os outros. Uma união, é a isso que apelo, à solidariedade", reforça.
O proprietário do Portimonense entende que "as regras feitas são justas, pois todos nós temos de fazer a nossa parte". A Primeira Liga poderá ser retomada a 30 de maio, caso as autoridades de saúde considerem estar reunidas as condições exigidas.
Todos os intervenientes têm de cumprir um rigoroso protocolo sanitário para que a retoma seja exequível.