O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou esta quarta-feira o Governo norte-americano de Donald Trump de estar a patrocinar um "golpe de Estado" no país e rompeu as relações diplomáticas com os Estados Unidos.
Num discurso de reação ao anúncio de Juan Guidó, o presidente da Assembleia Nacional que hoje se autoproclamou Presidente interino da Venezuela, Maduro deu aos diplomatas norte-americanos 72 horas para abandonarem o país.
Maduro discursou aos seus apoiantes a partir da varanda do palácio presidencial em Caracas, referindo que a Venezuela "não quer voltar ao século XX e aos golpes gringos”. O país, sublinhou, diz “não ao intervencionismo, não ao golpismo e aos golpes de estado”.
“Aqui ninguém se rende, aqui vamos até à vitória, lutar até vencer”, referiu.
Maduro, que tomou posse para um segundo mandato há duas semanas, reafirmou que “é o povo quem escolhe o Presidente” e que não aceita escolhas por vias "inconstitucionais".
O Presidente da Venezuela refere que "eles não querem que a Venezuela recupere o caminho da recuperação económica" e promete novas medidas de proteção social, para a saúde e para o emprego. "Queremos que a Venezuela saia vitoriosa e em paz, livre e independente".
"Não se fiem no império gringo, eles não têm amigos, têm interesses e estão de olho no petróleo, no gás e no ouro da Venezuela", acrescenta.
Maduro deixou ainda um pedido especial aos militares: mantenham a unidade do país e a disciplina.
O discurso termina com duas frases: "Até à vitória sempre, que Deus abençoe a Venezuela".
Desde o anúncio de Guaidó, pelo menos dez países já declararam o seu apoio ao novo líder interino da Venezuela, entre eles os Estados Unidos da América e o Brasil. Turquia, México, Bolívia e Rússia ficam ao lado de Maduro.