O relatório confidencial do FBI sobre a investigação adicional (pedida por Donald Trump depois das dúvidas levantadas no Comité Judicial do Senado) aos alegados abusos sexuais cometidos pelo juiz Brett Kavanaugh, em 1982, começou esta quinta-feira a ser analisado pelos senadores norte-americanos.
A senadora Dianne Feinstein, líder da minoria democrata no Comité Judicial do Senado, já se pronunciou. Em conferência de imprensa, afirmou que o relatório é “o resultado de uma investigação incompleta”. Feinstein referiu que a parte mais notável do documento "é o que não está lá", reforçando que o mesmo é "muito limitado".
Também o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, reagiu ao relatório, tecendo duras críticas à Casa Branca. "Pedimos que as diretivas transmitidas pela Casa Branca ao FBI sejam tornadas públicas, porque acreditamos que restringiram fortemente a investigação", declarou Schumer.
Do lado do republicano, o presidente do Comité Judicial do Senado, Chuck Grassley, afirmou que o FBI não conseguiu encontrar quem pudesse "provar qualquer das alegações" de conduta sexual imprópria que recaem sobre Kavanaugh.
Agora, para o senador Grassley, é tempo de votar a confirmação de Kavanaugh para o Supremo Tribunal norte-americano, a mais alta instância judicial do país, referindo-se ao juiz conservador como "um dos candidatos mais qualificados que alguma vez compareceu diante do Senado".
Brett Kavanaugh, de 53 anos, foi apontado em julho passado pelo Presidente norte-americano Donald Trump para o Supremo Tribunal. Pouco tempo depois, seria acusado publicamente de conduta sexual imprópria por pelo menos três mulheres. Kavanaugh sempre negou todas as acusações.
Esta quarta-feira, horas antes da entrega do relatório do FBI, o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, reafirmou a intenção de avançar para uma primeira votação da confirmação de Kavanaugh em plenário já na sexta-feira. O Senado, segundo a Constituição norte-americana, é o órgão responsável pela confirmação dos elementos que compõem o Supremo Tribunal.