Provas de aferição. IAVE diz que há condições “apesar das dificuldades”
02-05-2023 - 06:30
 • Fátima Casanova

Provas de aferição arrancam esta terça-feira no 2.º ano do Ensino Básico. Luis Santos, do IAVE, defende modalidade digital e garante que escolas disseram ter "condições para aplicar as provas".

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Começam esta terça-feira as provas de aferição no Ensino Básico. Até 20 de junho, mais de 250 mil alunos do 2.º, 5.º e 8.º anos vão testar conhecimentos, pela primeira vez, em formato digital. Em entrevista à Renascença, o presidente do Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) mostra-se confiante.

Luis Santos acredita que, para contornar eventuais problemas com a internet, as escolas podem optar pela modalidade offline.

“Essa modalidade offline corre numa rede local na escola. Para os alunos, eles nem dão conta que estão a responder para as suas respostas serem escritas num servidor local na escola, para eles é um endereço de internet, realizam a prova e depois a escola sincroniza esses resultados com os nossos servidores, após a realização da prova. Essa, para nós, é a modalidade mais adequada à grande maioria das escolas, porque não dependem da largura de banda de internet.”

Luís Santos tem conhecimento dos problemas que muitas escolas enfrentam, mas, ainda assim, garante que o feedback que teve foi positivo e que podem aplicar as provas digitais.

“Apesar de algumas dificuldades, os computadores avariados, computadores que precisavam de reparação, os tais que têm já a bateria relativamente fraca, as escolas disseram-nos que, apesar de existirem essas dificuldades, tinham condições para aplicar essas provas.”

Alunos puderam experimentar plataforma

Sobre os eventuais problemas que possam ocorrer no decurso da prova, o presidente do IAVE desdramatiza e diz que grande parte resolvem-se facilmente.

“O processo foi pensado de forma que fosse muito simples, que qualquer professor que consiga ligar/desligar um computador poderá eventualmente resolver 95% dos problemas técnicos que poderão acontecer”, garante o responsável.

Face às críticas de pais e diretores, sobre a aplicação das provas em formato digital a crianças de 7/8 anos, Luís Santos defende-se com o sucesso do teste-piloto feito no ano passado e explica o que é pedido aos alunos do 2.º ano.

“Na prática, o que eles têm de fazer na prova, grande parte são itens de seleção em que eles têm de clicar, escolher opções, arrastar opções, fazer associações, ligar uma coluna à outra. Portanto, são coisas desse género e, depois, têm um ou dois itens em que têm de escrever no teclado”, sublinha.

Nesta entrevista à Renascença, o presidente do IAVE avisa que, ainda assim, os alunos têm de ter contacto prévio com a plataforma onde estão alojadas as provas de aferição.

“Desde há dois meses que nós temos na nossa página itens-exemplo para as escolas poderem ter a oportunidade de ambientarem os alunos a tudo isto, a esta plataforma e à forma de escrever no teclado. Os alunos não podem chegar à prova sem nunca terem tido contacto com estas plataformas.”

"Poucas escolas reportam falta de equipamento" para Educação Física

Quanto à falta de equipamento de educação física para fazer as provas de aferição do 2.º ano, Luis Santos garante que essa é uma situação praticamente ultrapassada.

Este foi um problema detetado logo em 2017, aquando da realização destas provas, pela primeira vez. As escolas não tinham todo o equipamento necessário, uma situação que agora será residual, diz o presidente do IAVE.

“Atualmente existem poucas escolas que nos reportem que têm falta de equipamento. Claro que ainda existem. Neste momento a responsabilidade até é das câmaras municipais nesse aspeto, já resolveram esses assuntos com as escolas. Claro que haverá ainda casos em que nem tudo esteja resolvido, mas lá está: a prova de aferição é o que nos permite contribuir para a melhoria desta situação, caso contrário não teríamos informação sobre o que se passava no terreno”, sublinha.

As provas de aferição começam esta terça-feira. São chamados mais de 250 mil alunos do ensino básico.

Este ano, pela primeira vez, todas as provas são feitas em suporte eletrónico. Há provas a Português, Estudo do Meio, Matemática, História e Geografia de Portugal, Ciências Naturais e Físico-Química e ainda Tecnologias da Informação e Comunicação.

O processo de desmaterialização prossegue em 2024 com as provas finais do 9.º ano e termina com os exames nacionais do ensino secundário, em 2025, ano em que todas as provas e exames serão em formato digital.