O roubo e uso indevido dos dados pessoais é o maior receio dos portugueses, que, no entanto, têm menos cuidados com a segurança das palavras-passe do que o resto dos europeus, segundo um relatório sobre cibersegurança divulgado nesta segunda-feira.
O relatório de 2019 da Linha de Observação Sociedade do Observatório de Cibersegurança, que assenta em dados de outros inquéritos e estudos feitos em Portugal e no resto da Europa, revela que 73% dos portugueses evitam revelar informação pessoal na Internet.
A maior preocupação com o uso da Internet para operações bancárias, compras ou pagamentos é o roubo e uso indevido de dados pessoais (49% dos inquiridos), seguindo-se a segurança dos pagamentos pela Internet (38%, menos nove pontos que no ano anterior) ou o receio de não receber os bens ou serviços comprados.
Comparando com práticas dos outros europeus, os portugueses têm menos cuidado com as palavras passe: apenas 13% usam palavras diferentes para páginas diferentes (a média europeia é 29%), 12% escolhem palavras complexas (27% na União Europeia) e 16% mudam de palavras passe regularmente (21% na UE).
Para os portugueses, o pior crime na Internet é a pornografia infantil, que recolheu 85% das respostas, seguindo-se a fraude bancária (78%) e o roubo de identidade (75%).
Os portugueses também diferem dos europeus no valor que atribuem ao discurso de ódio online, considerado muito sério por 46% da população, enquanto na União Europeia a média é 61%.
Enquanto uma média de 61% de europeus afirma saber proteger-se dos riscos online, em Portugal esse valor fica pelos 53%. Só 3% dos portugueses dizem estar muito bem informados e 52% admitem não estar.
Este é o primeiro relatório setorial do Observatório de Cibersegurança, que vai debruçar-se ainda sobre áreas como ética e direito, riscos e conflitos ou Economia.