A reunião da bancada social-democrata foi palco de críticas e do descontentamento a propósito da chamada lei dos professores. E o protagonista voltou a ser o ex-líder parlamentar, Hugo Soares, com críticas à direção do partido e do grupo parlamentar.
O atual líder parlamentar, Fernando Negrão, e a deputada Margarida Mano confirmaram que houve articulação de todo o processo ligado à contagem do tempo de serviço dos professores com a direção nacional, incluindo com o presidente Rui Rio. À saída da reunião, Fernando Negrão reafirmou essa versão de articulação com a direção do partido. Mas não convenceu o seu antecessor.
Não foi apenas a forma, mas a própria posição do PSD sobre a contagem integral do tempo congelado na carreira docente, a merecer críticas de Hugo Soares.
Segundo relatos feitos à Renascença, o ex-líder parlamentar contestou, na reunião da bancada, a posição atual do partido, lembrando que a anterior direção assumiu que o tempo congelado não iria ser contado, por razões de justiça, de equidade e de sustentabilidade.
Fonte social-democrata acrescenta que a intervenção de Hugo Soares serviu também para criticar o facto de Rui Rio ter usado o grupo parlamentar como desculpa, tal como já fez em ocasiões passadas, em situações em que foi contestado.
Rio terá decidido sozinho e a direção do partido foi incapaz de perceber o que toda a gente percebeu: António Costa ia aproveitar a situação e virar o jogo a favor do PS.
Hugo Soares também afirmou que o grupo parlamentar sentiu-se desprotegido pela direção da bancada, que esteve totalmente ausente.
Fernando Negrão por seu lado confirmou na reunião, segundo relatos feitos à Renascença, que houve total articulação no processo de votação com a direção nacional do partido e com o próprio Rui Rio. E voltou a repetir em declarações aos jornalistas à saída da reunião.