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Antes de mais, há um alerta importante dos especialistas: apelam para a necessidade de não criar o pânico na sociedade face ao surgimento de novas estirpes do coronavírus responsável pela doença Covid-19. Faz parte da evolução de qualquer vírus, como acontece, por exemplo, no caso da gripe.
São já dezenas as mutações do SARS-CoV-2, mas as mais relevantes até agora identificadas são a inglesa, a sul-africana e a brasileira, que apareceram por esta ordem em Portugal.
O que acontece é que, à medida que vai lidando com vários sistemas imunitários, o vírus vai-se adaptando. E acontece também ter comportamentos diferentes em cada organismo.
É como se o vírus fosse “lutando” para sobreviver e multiplica-se à medida que avança, tentando “fintar” a imunização que vai sendo gerada.
As novas estirpes são mais contagiosas? E matam mais?
Sabe-se que as mais preocupantes são a britânica, a sul-africana e a brasileira. Cada uma parece ser mais contagiosa do que as anteriores, ou seja, mais rapidamente disseminável.
À medida que uma nova variante atinge um país ou um grupo, instala-se e vai “substituindo” as estirpes menos prevalentes.
Apesar de serem mais contagiosas, não significa que exista uma relação direta com a taxa de mortalidade. O que acontece é que, sendo o contágio e a transmissão mais intensos, aumenta de forma significativa o número de infetados e, por conseguinte, de doentes internados, causando mais pressão e, até, a saturação ou colapso dos sistemas de saúde.
Por essa razão, os especialistas defendem que os países, e no caso, Portugal, devem estar sempre um passo à frente do vírus. Quando investigadores e autoridades percebem que o número de casos pode disparar, devem ser redobradas as medidas de combate à pandemia. A ideia é atuar de imediato, antes de deixar o vírus ganhar terreno.
Entre diversas medidas restritivas, é importante limitar ou cortar as viagens nacionais e internacionais, principalmente o tráfego aéreo internacional, que potenciam a circulação e a evolução do SARS-Cov-2.
E as vacinas, mantêm ou perdem a eficácia?
Segundo os especialistas, as várias vacinas já existentes não perdem a eficácia, embora, nalguns casos, esta possa ficar mais enfraquecida face a determinadas estirpes.
Essa é uma das questões que está na mesa dos investigadores de todo o mundo e poderá vir a ser necessário adaptar alguns princípios das vacinas.
Contudo, o facto de existirem várias e de diferentes laboratórios pode ser uma vantagem, uma vez que a forma como atuam no corpo humano é diferente e pode ajudar a adequar a vacinação a diferentes tipos de organismo.
Acima de tudo, e enquanto não se atinge a almejada imunidade de grupo, há princípios que devem estar sempre presentes independentemente de outras medidas de combate à Covid-19: uso de máscara, lavagem das mãos e cumprir o distanciamento social, bem como acelerar o processo de vacinação, assim seja possível.