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Portugal pode entrar em recessão este ano por causa da pandemia de coronavírus, mas nunca esteve tão bem preparado para uma crise desta natureza, afirmou esta quarta-feira o ministro das Finanças, Mário Centeno.
"Neste contexto de grande indefinição face a este inimigo invisível temos, contudo, algumas certezas: a primeira é que tudo faremos para restaurar a confiança e regressar à normalidade, outra certeza é que o país nunca esteve tão bem preparado para uma crise desta natureza", declarou o ministro das Finanças, em conferência de imprensa.
Poucos anos depois, Portugal volta a mergulhar numa crise económica. Desta vez não é estrutural, sublinha o ministro das Finanças, mas é inevitável, admite Mário Centeno, uma consequência da actual pandemia.
“Os cenários que temos pela frente são cenários de paragem temporária, de uma dimensão muito substancial, do nosso tecido económico. Isso levará a uma redução muito acentuada da atividade económica no segundo trimestre de 2020 e uma recuperação, no sentido da normalidade, no resto do ano.”
“Obviamente, estamos sempre a falar num cenário de recessão, no conjunto do ano. Este cenário de recessão será tão mais forte quanto mais tempo levemos a retomar, eu diria, todas as nossas atividades habituais, que realizávamos até ao dia 15 de março deste ano”, sublinha o ministro das Finanças.
Mário Centeno não avança números sobre o impacto desta crise, mas admite um rombo de vários pontos percentuais, na riqueza produzida.
“É cedo para construir cenários numericamente detalhados, mas estaremos obviamente a falar de números que podem facilmente fazer com que o saldo orçamental em 2020 se venha a deteriorar em alguns pontos percentuais do PIB.”
O ministro das Finanças reafirma, ainda, a disponibilidade do Governo para corrigir as contas deste ano, numa altura em que acabou de obter a promulgação do Orçamento do Estado, por parte do Presidente da República. Sem falar em retificativo, Mário Centeno garante que as contas serão ajustadas, à medida que for reunida a informação necessária.
“Esta capacidade de executar o Orçamento vai ser, seguramente, um desafio extraordinariamente maior em 2020 e quando pudermos ter ou a necessidade ou a capacidade de prever o que temos que ajustar do Orçamento de Estado em 2020, assim o faremos”, afirma.
Mário Centeno acrescenta que o Governo tudo fará para "restaurar a confiança e regressar à normalidade", só não garantiu que a solução não passe por novas medidas de austeridade.
[notícia atualizada às 16h54]