O escritor António Lobo Antunes vai doar o seu espólio literário à nova biblioteca em Benfica, Lisboa, que terá o nome do autor. A doação surge depois de um acordo assinado entre Lobo Antunes e a Câmara Municipal de Lisboa.
Em comunicado, o Grupo Leya, da qual faz parte a editora Dom Quixote, que publica os livros de Lobo Antunes, revela que o espólio é constituído por "diplomas de prémios e condecorações", "alguns manuscritos originais e naturalmente por livros, cerca de 20 mil volumes, os da sua biblioteca pessoal, muitos deles anotados ou marcados pelo próprio ou com dedicatórias dos respetivos autores."
Sobre os livros escritos pelo próprio Lobo Antunes, fazem parte do espólio "as primeiras edições dos livros de sua autoria, editados em Portugal e um pouco por esse mundo fora".
Adianta o comunicado que a Biblioteca António Lobo Antunes ficará "no edifício da antiga Fábrica Simões, em Benfica, neste momento em processo de reabilitação".
Numa nota no site da Câmara Municipal de Lisboa, citando o protocolo assinado, é referido que a biblioteca “constituirá não só um espaço de investigação e divulgação junto dos docentes dos vários níveis de ensino, mas também uma oportunidade de investigadores se sediarem na freguesia e contribuírem para o seu desenvolvimento cultural, económico e social”.
Está previsto que a biblioteca fique concluída em 2022.
O autor, nascido na freguesia de Benfica há 78 anos, está também quase a editar um novo livro de crónicas, editado pela Dom Quixote.
Segundo o comunicado do Grupo Leya, o livro terá mais de 600 páginas e será prefaciado pelo Presidente da República. "O leitor será confrontado com uma selecção de algumas das crónicas publicadas anteriormente noutros volumes", acrescenta o comunicado.