A fila de carros no acesso à zona do parque de estacionamento da Escola Secundária José Gomes Ferreira, em Benfica, Lisboa, é extensa, em dia de greve nacional de professores, convocada pela Fenprof.
Mas rapidamente deixa de o ser, à medida que os pais vão deixando os filhos à porta da escola, onde uma funcionária – que hoje não media a temperatura aos alunos por estar a chover e as medições, com humidade, não darem dados certos – pedia aos alunos para irem entrando.
Ainda no carro, junto à escola, ficou Ana Alegria, mãe de uma jovem que ainda não tinha a certeza se ia ou não ter aulas. “Geralmente fico aqui no carro à espera”, explica esta mãe à Renascença. “Como ela está no 12.º ano, tem aulas das 8h00 às 11h00. Eu estou em teletrabalho, consigo trabalhar no carro”, e assim, esperar pelo fim das aulas para regressarem as duas a casa.
Numa outra zona frente à escola está Carla Carneiro. A filha já bateu a porta do carro e segue em direção à escola. “Hoje nem vou esperar para ver se tem aulas. Porque ela tem trabalhos de grupo e depois, como não está a utilizar transportes públicos, sou eu que a venho buscar”.
Noutro agrupamento, o Virgílio Ferreira, na zona de Telheiras, cenário idêntico: na secundária e nas escolas básicas, os alunos tiveram – pelo menos no período da manhã - a maioria das aulas, “sendo que faltou um ou outro professor”, como referiu uma funcionária.
Contudo, nos jardins de infância deste agrupamento – com um total de 10 escolas - nem todas as crianças tiveram aulas. Cerca de metade dos educadores de infância aderiram à paralisação. E lá voltaram para trás, os pais das crianças que têm assim um fim de semana prolongado.