Um ataque israelita ao hospital de Al-Aqsa, em Gaza, causou quatro mortos e 17 feridos, informou este domingo o diretor da Organização Mundial de Saúde, tendo o exército israelita justificado que visava “um centro de comando da jihad islâmica”.
“Uma equipa da OMS encontrava-se hoje em missão humanitária no hospital Al-Aqsa, em Gaza, quando um acampamento no interior do complexo hospitalar foi atingido por um ataque aéreo israelita. Quatro pessoas foram mortas e 17 ficaram feridas”, escreveu Tedros Adhanom Ghebreyesus, na rede social X (ex-Twitter), acrescentando que a equipa da sua organização saiu ilesa.
O responsável não deu pormenores sobre as vítimas.
Na mesma rede social, o exército israelita declarou que um avião da força aérea “atingiu um centro de comando operacional da Jihad Islâmica e terroristas posicionados no pátio do hospital Al-Aqsa na região de Deir al Balah”.
“Como resultado deste ataque preciso, o edifício do hospital Al-Aqsa não foi danificado e o seu funcionamento não foi afetado”, lê-se na mensagem.
De acordo com Tedros Ghebreyesus, a equipa da OMS esteve no hospital para avaliar as necessidades e recolher incubadoras para serem enviadas para o norte de Gaza.
“Apelamos mais uma vez à proteção dos doentes, dos profissionais de saúde e das missões humanitárias”, escreveu o diretor-geral, reiterando que “os ataques em curso e a militarização dos hospitais têm de parar”.
“O direito humanitário internacional deve ser respeitado. Exortamos as partes a respeitarem a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas e o cessar-fogo”, insistiu.
Desde o dia 07 de outubro e do ataque sem precedentes do Hamas ao território israelita, Israel prometeu eliminar o movimento islamita e levou a cabo bombardeamentos incessantes no território palestiniano, que danificaram parcialmente a estrutura sanitária.
Segundo a OMS, apenas 10 hospitais do território palestiniano estão ainda “minimamente” operacionais, contra 36 antes do início da guerra.
Além disso, há semanas que se registam combates violentos no terreno, por vezes nos hospitais de Gaza ou nas suas imediações, que, além de prestarem cuidados, servem de abrigo a milhares de habitantes de Gaza que perderam as suas casas ou estão a fugir dos combates.
O território está sujeito a um bloqueio quase total e as ONG e a ONU acusam Israel de não fazer o suficiente para facilitar a chegada da ajuda humanitária de que depende a maior parte dos cerca de 2,4 milhões de habitantes que ainda vivem em Gaza e que se concentra principalmente no sul, na cidade de Rafah e arredores.
Estas mesmas organizações criticam igualmente o exército israelita por recusar ou aumentar o número de obstáculos às missões nas zonas mais devastadas, nomeadamente no norte de Gaza.
O ataque sem precedentes do Hamas contra Israel a partir da Faixa de Gaza, em 07 de outubro, causou a morte de pelo menos 1.160 pessoas, na sua maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelitas.
A resposta do exército israelita na Faixa de Gaza causou a morte a mais de 32 mil pessoas, na maioria civis, mulheres e crianças, e ferimentos em mais de 75 mil, segundo números divulgados pela administração do território, controlado pelo Hamas desde 2007.