No ano passado, morreram em Portugal 61 agricultores em acidentes de tractor. Em média são cinco mortes por mês, revelam os dados enviados pela GNR à Renascença.
Os distritos mais fustigados pelos acidentes mortais são os de Bragança, com 10 vítimas, seguidos de Guarda, Leiria e Porto, todos com seis mortos. A contabilidade da GNR não inclui as regiões autónomas da Madeira e dos Açores.
Os números configuram uma redução de 14% em relação a 2016, mas não apagam os registos negros dos últimos cinco anos: em média há uma vítima mortal por semana.
Regista-se uma média de seis feridos graves por mês desde 2013, num total de 330 nos últimos cinco anos.
Somando os números de vítimas mortais de 2013 a 2017, morreram em Portugal 358 pessoas em acidentes com tractores.
A maior parte destes casos ocorre com viaturas sem o “arco de Santo António”, uma estrutura de metal que é colocada a ladear o habitáculo do condutor e que impede, em caso de reviramento, que a viatura caia sobre a vítima.
Esta estrutura só é obrigatória para viaturas vendidas a partir de 1994. A maior parte das viaturas tem mais de 20 anos e não possui o dispositivo. Entidades como a Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confragi) criticam a burocracia e os custos envolvidos na aplicação do “arco de Santo António”.
Os dados conhecidos permitem perceber que estes acidentes ocorrem sobretudo no Centro e Norte, em viaturas já antigas e com condutores com mais de 65 anos.
Segundo a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, o capotamento é a causa de morte de dois em cada três acidentes com tractores agrícolas.
Os números de 2014 da mesma entidade dizem que um acidente com tractor é oito vezes mais mortal do que a de um acidente com um veículo ligeiro ou pesado.