Portugal perdeu entre 13 mil a 19 mil nascimentos com a emigração verificada no país, entre 2011 e 2015. Os números são avançados por um estudo feito pelo Laboratório de Demografia da Universidade de Évora.
O documento vai ser apresentado publicamente esta sexta-feira.
Em declarações à Renascença, uma das autoras do estudo, Maria Filomena Mendes, explica que nestes anos da “troika”, houve menos nascimentos, porque muitos casais - em idade fértil - foram forçados a emigrar.
“As dificuldades financeiras são efetivamente um fator que pode reduzir o número de filhos e pode também fazer com que as mulheres e os homens em Portugal adiem o nascimento desses filhos”, explica.
Maria Filomena Mendes defende a importância de incentivar o regresso de quem saiu do país. “Muitos destes imigrantes foram na expectativa de voltar quando as condições de vida no país, de emprego, de trabalho fossem diferentes. É importante incentivar esse retorno dos imigrantes, não apenas pela questão da natalidade, mas também pela questão do declínio demográfico em que nos encontramos e do forte envelhecimento da população”, acrescenta.
Esta especialista refere ainda que não basta, no entanto, fazer regressar os emigrantes. “É importante também que os jovens que retornam tenham a expectativa de que o seu futuro em Portugal será um bom futuro”, diz, dando como exemplo a necessidade de ter “em termos de economia, economia do país, garantias de continuarmos a crescer e também a garantir a esses mesmos jovens que regressando podem ter um nível de vida, um nível de qualidade de vida compatível com aquilo que são os seus anseios, as suas ambições, as suas expectativas”.