A aliança entre os EUA e o Reino Unido deve ser conhecida como uma "relação indestrutível", disse Boris Johnson à BBC após se encontrar com o Presidente dos EUA, Joe Biden, pela primeira vez.
"É uma relação que perdura há muito tempo e tem sido uma parte importante da paz e da prosperidade na Europa e em todo o mundo", disse.
Johnson, em declarações à BBC, fala de conversas "fantásticas" com Biden, que viajou para a Cornualha para a reunião de líderes mundiais do G7.
Este encontro tem as vacinas da Covid-19 e as mudanças climáticas como principais temas em agenda.
O primeiro-ministro britânico insistiu que o Presidente dos EUA não o repreendeu por causa das tensões pós-Brexit na Irlanda do Norte.
No entanto, Biden revelou a "profunda preocupação" com a situação.
Antes da reunião, Johnson prometeu que o Reino Unido doará mais de 100 milhões de vacinas aos países mais pobres no próximo ano, enquanto Biden prometeu 500 milhões de doses de vacinas da Pfizer para 92 países de baixo e médio rendimento e para a União Africana.
Espera-se que as nações do G7 concordem coletivamente em fornecer um bilião de doses da vacina Covid-19 num esforço para acabar com a pandemia em 2022.
Johnson disse à BBC que o Reino Unido e os EUA partilham a defesa dos direitos humanos, na ordem internacional baseada em regras e na aliança transatlântica.
Uma área que poderia causar atrito entre os dois líderes é o do protocolo da Irlanda do Norte - a parte do acordo Brexit que impede controlos ao longo da fronteira irlandesa.
Biden já havia alertado que os novos acordos não deveriam prejudicar o Acordo da Sexta-Feira Santa, um acordo de paz assinado em 1998 que ajudou a acabar com décadas de violência na Irlanda do Norte.
Questionado se Biden expressou suas preocupações, Johnson disse: "Não, o presidente não disse nada sobre isso."
O primeiro-ministro sugeriu que a forma como a UE estava a implementar o acordo acordado era "excessivamente oneroso" e disse que, embora o Reino Unido, os EUA e a UE desejem preservar o equilíbrio na Irlanda do Norte, é improvável que uma resolução para a questão seja encontrada em nos próximos dias.
Os acordos foram estabelecidos durante as negociações do Brexit de 2019, mas o Reino Unido desde então buscou mais flexibilidade.
Na quinta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o protocolo era a "única solução" e deveria ser implementado integralmente.
Já o presidente francês Emmanuel Macron disse: "Acho que não é sério querer revisitar em julho o que finalizamos após anos de debate e trabalho em dezembro”.