O ministro do Interior francês declarou, esta quarta-feira, que houve "mais de uma centena de atos antissemitas" em França após o ataque do Hamas a Israel no sábado, que vão desde inscrições em muros a insultos contra a comunidade judaica.
Gérald Darmanin, em entrevista a rádio France Inter, acrescentou que 24 pessoas foram detidas e que a plataforma na internet Pharos, para denúncias de ódio, recebeu mais de 2 mil denúncias.
Questionado sobre "o risco de importação do conflito israelo-palestiniano" para França, Darmanin repetiu que "não há atualmente alguma ameaça terrorista islâmica" que possa afetar a comunidade judaica em França, a maior na Europa com 500 mil pessoas.
O ministro francês acrescentou que "para os serviços de informação, não há sinal nos bairros, nas ruas" de que o conflito esteja a ser importado para França.
No entanto, Darmanin referiu que "existem representantes políticos do Hamas em França, incluindo aqueles que falam nos meios de comunicação social" franceses.
"Não sabemos as consequências [dos comentários] dos líderes políticos que consideram que tudo isto é uma resposta do Hamas a Israel", disse o ministro francês.
Ao ser questionado se acreditava que La France Insoumise (LFI) - o partido de extrema-esquerda acusado de relativizar o ataque Hamas ao traçar um paralelo com a política israelita -- tinha "ligações ao Hamas", Darmanin declarou que o LFI "não permite a paz pública em França e não evita a importação de conflitos".
No entanto, considerou que não são todas as pessoas deste partido que pensam ou agem desta maneira, em alusão às diferenças dentro deste partido sobre este assunto.
O grupo islâmico Hamas, no poder na Faixa de Gaza desde 2007, lançou a sete de outubro um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de 'rockets' e a incursão de rebeldes armados por terra, mar e ar.
Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas naquele território palestiniano, numa operação que batizou como "Espadas de Ferro".
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que o país está "em guerra" com o Hamas, que foi internacionalmente classificado como movimento terrorista não só por Israel, como pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE), além de outros Estados.