Rui Águas, antigo avançado do Benfica, acredita que Nélson Veríssimo, que assume o cargo de forma interina, representa uma “mudança radical” no temperamento que pode “fazer bem” aos encarnados depois de Jorge Jesus e não coloca de parte ser “uma solução para manter”
“É uma pessoa completamente diferente e que, nesta altura, poderá fazer bem à equipa”, avisa, em Bola Branca.
Apesar da grande mudança a nível de personalidade, dentro de campo, o ex-jogador não espera alterações táticas profundas para a partida com o FC Porto, já que o jogo está marcado para próxima quinta-feira.
“Na questão tática, não acho que vá alterar muito. Não seria coerente, sem tempo para treinar e entre dois jogos muito difíceis, fazer grandes mudanças”, referiu.
Rui Águas vê Veríssimo como “escolha natural” e mais “cómoda”, uma vez que não era expectável “o aparecimento de uma nova personagem” nesta altura. O técnico, que assume de forma interina, é “jovem, mas consistente” e tem já “alguma experiência e conhecimento do clube”.
“Pode ser uma boa solução e uma solução para manter, mas claro que depende sempre do que vai acontecendo e os resultados mandam. Por isso, é uma solução para atualizar”, explica, em entrevista à Renascença.
Divergências com os jogadores ditaram saída de Jesus
A segunda passagem de Jorge Jesus pelo Benfica fica marcada por altos e baixos a nível de resultados, mas Rui Águas acredita que a saída “não tem que ver só com os resultados e com as exibições”. Criaram-se diferenças entre “quem treina e quem joga”.
“O temperamento de Jorge Jesus, no dia a dia, não é fácil para os atletas. O que se vinha vendo era uma equipa desligada, sem espírito, em torno de nada”, sublinha Águas.
O antigo avançado aponta que “não havia uma comunhão” entre treinador e jogadores, que se perdeu ao longo do tempo.
“Os jogadores, quando se sentem bem com o treinador, dão mais por ele. No Benfica parecia o inverso”, conclui.